quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Professora Eleika analisa resultado do Enem e critica manutenção da UERN pelo Estado

imageProfessora há mais de 50 anos e vereadora em Natal, Eleika Bezerra mantém seu discurso sobre o resultado do ranking nacional do Ensino Médio, divulgado nesta quarta-feira (5), pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). “É inadmissível que um Estado que possui um dos piores resultados no Ensino Médio do país continue mantendo uma universidade, quando a obrigação de cuidar do Ensino Superior é da União”, reafirma a educadora.

De acordo com os dados divulgados, o Rio Grande do Norte tem apenas uma escola entre as 100 instituições com melhores notas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2014. No entanto, esta é da rede privada.

Quando se fala em rede pública, os dados são ainda mais alarmantes. A primeira escola da rede estadual do RN a aparecer no ranking é a Escola Estadual Santos Dumont, localizada em Parnamirim, na posição 5.850 no ranking nacional e 81 no ranking estadual. Os dados abrangem 15.640 escolas de todo o país e o RN tem sua representante no ‘fim da linha’. É uma escola estadual situada no município de Messias Targino, no Oeste Potiguar, que ocupa a posição 15.638, ou seja, antepenúltima do ranking.

Para a Professora Eleika, os números divulgados são resultado de vários fatores, mas a manutenção da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN) por parte do Governo do Estado contribui. “A estrutura das escolas é precária, as unidades são mal mantidas, ainda faltam muitos professores em sala de aula e com isso tudo é difícil sustentar a escola. Mas o fato de o Rio Grande do Norte sustentar uma universidade, quando esta não é sua obrigação constitucional, é além de incoerente, um descaso. O Estado tem que cuidar do seu Ensino Médio e, isto, os dados mostram claramente que não vem sendo feito. O Ensino Superior é de responsabilidade da União, então, que o Governo Federal receba a UERN e a federalize. É importante lembrar que não tenho nada contra a UERN, mas esta é claramente contraditória”, pontua a parlamentar.

A parlamentar lembra ainda que a situação também é uma consequência da falta de investimentos nas séries anteriores. “Não se pode esquecer que a precariedade do Ensino Médio tem suas origens na Educação Infantil (0 aos 5 anos) e no Ensino Fundamental (6 aos 14 anos), as quais não recebem a devida atenção dos governantes. A Educação Básica é tão básica que se chama básica”, conclui Eleika Bezerra.

Ao todo, 1.295.954 estudantes fizeram o Enem em todo o Brasil. Os dados trazem as médias dos alunos de cada escola em cada uma das quatro provas objetivas (ciências da natureza, ciências humanas, linguagens e matemática), e também na redação.

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