O propositor da audiência destacou no seu pronunciamento a importância de ações realmente inclusivas. "Sempre se fala e discute sobre inclusão social das pessoas com deficiências, entretanto, pouco se tem feito para inserir os deficientes auditivos na sociedade em que vivemos, a intenção desta audiência pública é oportunizar para eles o direito de mostrar as reais necessidades e o principal, apresentar a luta pela efetivação do ensino da Linguagem Brasileira de Sinais (LIBRAS), desde o inicio da idade educacional. Decretos, Leis e projetos até existem, mas não têm atendido a realidade dos deficientes auditivos", declara Ney Lopes Jr.
O vereador Ney Lopes Jr. apresentará proposta da comunidade com deficiência auditiva em um Projeto de Lei para viabilizar a escola no município de Natal. Os estados citados que implantaram o sistema bilíngue mudaram a vida dos estudantes com deficiência auditiva, pois oferecem a estrutura necessária para o aprendizado. A língua portuguesa é ensinada como segunda língua, na modalidade escrita, nas escolas EMEBS no ensino fundamental.
Entretanto, não há consenso por parte dos representantes governamentais. A promotora Rebecca Nunes se posiciona contrariamente a proposta da escola bilíngue. “Esta reivindicação confronta diretamente a Constituição Federal Brasileira, pois é necessário obedecer ao ordenamento jurídico existente. A escola especial é segregativa. O formato existente contempla as demandas para inserir efetivamente os deficientes auditivos na sociedade como um todo. Não podemos permitir que o poder público se acomode. E como solução, apenas colocar dentro de quatro paredes uma comunidade”, afirmou a promotora.
O Rio Grande do Norte, atualmente, possui mais de três mil deficientes auditivos, conforme estatísticas Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística –IBGE. Na audiência também foram expostas experiências de vida de muitos deficientes auditivos que se fizeram presentes. Compareceram a audiência, representantes de associações que atendem os deficientes auditivos como ASNAT, SUVAG, APAE, ACORDE, estudantes das escolas estaduais Floriano Cavalcanti e Anísio Teixeira, além de representantes das secretarias da Educação e Assistência Social.
Na oportunidade se fizeram presente à mesa diretora, Ministério Público, com a coordenadora do Centro de Apoio de Operacionalidade de Inclusão - CAOP, promotora Rebecca Monte Bezerra, o Governo do Estado, através do secretário adjunto da Secretaria Estadual da Justiça e da Cidadania, Julio César de Queiroz Costa, Prefeitura Municipal, com a Assessora Pedagógica, professora Luzia de Fátima, o presidente da Associação dos surdos de Natal (ASNAT), José Arnor e também o professor de LIBRAS da UFRN, José Edmilson Felipe da Silva.