quinta-feira, 15 de outubro de 2015

FALTAM SEIS DIAS PARA A MOSTRA CASCUDO NO MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA

imageNA PRÓXIMA TERÇA-FEIRA (20), A VIDA E A OBRA DE LUÍS DA CÂMARA CASCUDO SERÁ CONTADA NO MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA-SP

Exposição “O Tempo e eu e Vc - Câmara Cascudo no Museu da Língua Portuguesa” mostra a atualidade da obra do Mestre para as novas gerações

Exposição inédita e interativa sobre o universo do etnógrafo e escritor, maior estudioso da cultura popular brasileira, será aberta próxima terça-feira, dia 20 de outubro e segue até 14 de fevereiro de 2016, sendo uma das mais extensas já realizadas no Centro Cultural localizado na Estação da Luz


“... Sou um brasileiro feliz. Vivi a minha vida e não a vida indicada pelos outros. Não fui o que quiseram, fui o que senti, a volição de ser.” Falta menos de uma semana para o encontro com o mais entusiasta de todos os brasileiros, o etnógrafo, pesquisador e escritor norte-rio-grandense Luís da Câmara Cascudo(30/12/1898 — 30/07/1986). O pensamento e o legado deste “provinciano incurável” estarão em exposição a partir da próxima terça-feira, dia 20, no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo. A mostra se estende até 14 de fevereiro de 2016. Na segunda-feira (19), acontece o coquetel para convidados.

Serão quatro meses de exibição, com previsão de receber 100 mil visitantes e ações educativas que devem contemplar mais de 40 mil educandos. A experiência com Cascudo vai unir tecnologia, interatividade, o lúdico e as tradições. O objetivo é recriar um ambiente de experiência onde vai ser possível navegar pelo mundo de Câmara Cascudo e se reconhecer parte dele, compreendendo a importância e a contemporaneidade de seus conhecimentos.

“O Tempo e eu e Vc” é uma realização compartilhada entre Casa da Ribeira São Paulo e Ludovicus - Instituto Câmara Cascudo. Ainda apresentam a mostra o Ministério da Cultura, o Governo do Estado de São Paulo e o Grupo Marquise, através da Lei Rouanet. O patrocínio master é da Petrobras, com recursos ainda do Grupo 3 Corações. O módulo que retrata a Dança terá investimentos do grupo O Boticário. A mostra recebe apoio da Global Editora e C5 – Centro de Cultura Culinária Câmara Cascudo.

Ainda apresentam a mostra o Ministério da Cultura, o Governo do Estado de São Paulo e o Grupo Marquise, através da Lei Rouanet. O patrocínio master é da Petrobras, com recursos ainda do Grupo 3 Corações. O módulo que retrata a Dança terá investimentos do grupo O Boticário. A mostra recebe apoio da Global Editora e C5 – Centro de Cultura Culinária Câmara Cascudo.


UNIVERSO CASCUDIANO

Maior intelectual potiguar do século 20, Câmara Cascudo traduziu a memória coletiva do povo brasileiro nos mais de 150 livros que escreveu. Da história da alimentação aos nossos gestos e costumes, através de obras fundamentais como o “Dicionário do Folclore Brasileiro” e “História da Alimentação no Brasil”, o professor, como gostava de ser chamado, ainda é referência obrigatória em áreas tão diferentes quanto a gastronomia, religião e oralidade. Esse universo cascudiano que tanto atrai intelectuais, estudiosos e leitores mundo a fora, mas está ainda distante das novas gerações, agora poderá ser vivenciado a partir de uma experiência única, que compreende não só sua vasta bibliografia pesquisada, mas sons, cheiros, paisagens, gestos, experimentos e costumes.

            A mostra aposta em experimentos que valorizam toda a diversidade registrada por Câmara Cascudo. O produtor Gustavo Wanderley, diretor da Casa da Ribeira São Paulo, destaca o caráter de ineditismo desta ação cultural, pois contemplará pontos de toque que extrapolam o universo literário, como a cultura popular, a gastronomia e o idioma.  "Cascudo revelou ‘brasis’ invisíveis aos brasileiros, e é imperativo mostrar isso às novas gerações. Queremos que as pessoas percebam a contemporaneidade de sua obra”, disse.

            O recorte curatorial foi definido a partir de cinco módulos: Em “O Tempo e Eu” (nome retirado do livro homônimo de Cascudo) será abordado o autor e o homem Cascudo, e abrange a sua biografia, compreendendo o período de 1898 a 1986, com ênfase para sua produção intelectual, ficcional ou não, e sua extensa rede de amizades - incluindo as correspondências com grandes intelectuais como Mário de Andrade - e as viagens de estudos que empreendeu pela África e Europa.



DANÇAS

         O segundo módulo é “Dança, Brasil”, que compreende os autos e as festas populares do Brasil, onde será possível ouvir e reconhecer o nascimenrto do País a partir das expressões artísticas do povo, do coco, ao maracatu, do samba, frevo e bumba-meu-boi, fandangos e cheganças, lapinhas e maneiro-pau.



CRENÇAS

Em “A Religião no Povo” será abordado o sincretismo brasileiro a partir do sentimento da religiosidade popular manifestado através de bênçãos, promessas, santos tradicionais, orações, pragas, profecias, superstições, amuletos, entre outros objetos de estudo do folclorista.



A COZINHA BRASILEIRA

Um dos módulos que promete maior desdobramento é  “Todo trabalho do homem é para sua boca”, que vai explorar a  gastronomia e a alimentação a partir do magistral estudo “História da Alimentação no Brasil”, obra de Câmara Cascudo que esmiúça nossas origens alimentares. O módulo vai trabalhar com materiais inusitados para tratar dos vários estágios da alimentação: A infância do Brasil, com a ementa portuguesa, a dieta africana e o cardápio indígena. O módulo também vai trabalhar os conceitos de Incorporação e Substituição na culinária brasileira, expondo modos de fazer ao vivo.

“O livro História da Alimentação no Brasil é referência para muitos chefs e pesquisadores que pensam nossa gastronomia como patrimônio cultural brasileiro, então é natural que o tema ganhe as ruas em palestras, seminários, cardápios especiais e até feiras de rua”, pontuou Wanderley.


ORALIDADE

O módulo “A Literatura Oral e a Voz do Gesto”, vai esmiúçar a literatura oral: o conto, a lenda, as adivinhações e provérbios, cantigas, orações, parlendas, frases-feitas. “Trata-se do legal oral transmitido geração após geração. E o gesto também marca presença como precursor da linguagem em todos os recantos do mundo”, explica Wanderley.

Cascudo explicou as muitas maneiras de se contar uma história, narrar fatos e descrever tempos guardados na memória. Para além do texto escrito, essa comunicação imemorial é fortalecida pela cultura popular, pelas histórias que o povo diz.

Na mostra, a representação da nossa cultura será feita a partir de objetos que o próprio povo criou. São os fantoches, mamulengos, bonecos e joão-redondos, protagonistas das narrativas orais, que vão narrar as adivinhações, mnemônicas, ditos, charadas, parlendas, criaturas que conhecemos desde crianças.

Em lendas e mitos, o visitante vai poder conhecer outro ponto importante da oralidade brasileira, e como essas histórias viajaram pelo mundo. “Através de maquetes, esculturas, sons e imagens, vamos explicar a origem de das histórias que conhecemos”, adianta Gustavo Wanderley, curador da exposição.

O GESTO PELO GESTO

Não foi na escola onde aprendemos a força dos gestos. Muito antes essa comunicação nos foi sabiamente retransmitida. Ajoelhar-se, erguer os braços, abraçar, beijar a mão, os pés, a face, bater no ombro, tocar na fronte, baixar a cabeça, estirar a língua, fazer careta, levantar as sobrancelhas, apontar o dedo, são alguns gestos que possuem significados milenares.

            “A mostra propôs uma forma inovadora para explicar o gesto, utilizando a língua brasileira de sinais, as libras, o que nos motivou muito, sobretudo por ter a oportunidade de oferecer informação e acessibilidade”, explicou Gustavo Wanderley.

Para quem não entende a linguagem dos sinais, o gesto será “explicado” através de uma forma de comunicação muito comum na vida de Cascudo: a conversa “ao pé do ouvido”. Assim, o áudio explicativo para os gestos será passado por fones de ouvido para o visitante.

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PROGRAMA EDUCATIVO E O CADERNO DOS CURIOSOS

O legado de Câmara Cascudo para a educação e a infância é incalculável e sua obra permite um repertório para muitas abordagens, desde a história brasileira, à valorização da diversidade cultural e, principalmente, o enriquecimento das subjetividades como é o caso do estudo da oralidade, com seus mitos, lendas, costumes, histórias, danças e cantos.

      Transpor esse legado para o dia a dia do estudante será o desafio da .mostra. Dentro desse programa está a produção de 30 mil exemplares do “Caderno dos Curiosos”, uma proposição da curadoria da exposição em colaboração com o Núcleo da Ação Educativa do Museu da Língua Portuguesa.

Todas as crianças, jovens e adultos serão recebidos pelo Núcleo Educativo do Museu que funcionará de modo permanente durante toda a exposição. A equipe do MLP, formada por profissionais das artes e de diversas áreas da licenciatura, conta com 20 educadores e 12 orientadores de público. Segundo a direção da mostra, estão sendo esperados cerca de 40 mil educandos durante os quatro meses da exposição em cartaz.

     Para o curador Gustavo Wanderley, a inserção do “Caderno dos Curiosos” será “um estimulo à observação, ao olhar sagaz, da percepção do entorno e das histórias que o educando encontra em seu mundo. É uma ideia de estimular um olhar curioso sobre o mundo que os cerca. Um caderno de um etnógrafo, como Cascudo gosta de ser conhecido”.

     Em parceria com a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, a mostra vai trabalhar sugestões de atividades relacionadas ao uso da língua portuguesa e suas modificações, a riqueza da oralidade brasileira, as expressões corporais e gestos, ao entendimento da diversidade cultural e os gostos brasileiros – a partir dos estudos de Cascudo sobre a História da Alimentação no Brasil.

     “Desejamos que o estímulo à leitura, através dos registros deixados por Cascudo em seus estudos sobre a oralidade, possam ser um grande valor em sala de aula”, pontua Wanderley. Um exemplo sugerido é o estudo das expressões populares e as diferenças entre linguagem formal e falada, as expressões corporais nos gestos, o entendimento de outros tipos de comunicação (como a linguagem de libras, por exemplo). “O modo como comemos, o respeito às diversas religiões, além do repertório extraordinário da cultura popular brasileira: cada ambiente é pensado como uma oportunidade de imaginar, sonhar e refletir”, complementa.

OS REALIZADORES

A produção da mostra tem a coordenação de Gustavo Wanderley, um dos sócios-fundadores da Casa da Ribeira São Paulo, ocupando atualmente a função de Diretor de planejamento e projetos da Casa da Ribeira São Paulo. É especialista em Gestão Cultural e Inovação em Serviços, curador e desenvolve projetos sociais e culturais desde 1999. O arquiteto e produtor cultural Edson Silva também integra a direção do evento. Desenvolve há mais de 15 anos projetos de equipamentos culturais e desenho de exposições. Edson é diretor de relações com investidores da Casa e, no projeto Expo Cascudo ele está responsável pela coordenação expográfica.

O Ludovicus – Instituto Câmara Cascudo tem sede na residência localizada na Avenida Câmara Cascudo, 377, Centro, Natal/RN, a casa onde Cascudo viveu grande parte de sua vida, sempre foi um endereço de referência da cultura do nosso estado. A casa foi construída na forma de um chalé, em 1900. Em 1990, ela foi tombada pelo patrimônio estadual através da Portaria No. 045/90, como forma de preservação e conservação histórica. Hoje, a casa se transformou em um centro cultural cujo objetivo é a preservação, divulgação e gerência do patrimônio cultural de Luís da Câmara Cascudo. É nesta instituição onde estão coleções das obras do mestre, além de todo acervo bibliográfico e documental. Também curiosidades como as paredes autografadas da biblioteca, com assinatura de grandes intelectuais brasileiros e estrangeiros que o visitaram, a preciosa pinacoteca, o mobiliário de época e a coleção de comendas. É administrada pela família de Cascudo e tem como presidente a neta Daliana Cascudo, substituindo Anna Maria Cascudo que faleceu no início de 2015.

Mostra "O Tempo e Eu e Vc – Câmara Cascudo no Museu da Língua Portuguesa"

De 20 de outubro de 2015 a 14 de fevereiro de 2016

Abertura para convidados: Dia 19 de outubro

Museu da Língua Portuguesa- Estação da Luz

Praça da Luz, S/N - Centro, São Paulo - SP

Contato com a Curadoria

Gustavo Wanderley - gustavowanderley@uol.com.br | 11 97193 7190

Produção e coordenação expográfica

Edson Silva zedy@uol.com.br | 11 96615-4498

Assessoria de imprensa no RN

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