A obra da barragem de Oiticica, às margens do rio Piranhas-Assú, foi iniciada em agosto do ano passado ao custo inicial de R$ 311 milhões, capacidade de 556 milhões de metros cúbicos e possibilidade de atender uma população de 350 mil pessoas no Seridó e Vale do Assú. Do total do investimento, 93,89% dos recursos são de responsabilidade do governo estadual, enquanto o Executivo potiguar ficou com a contrapartida de 19 milhões de reais. Segundo dados da secretaria estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMARH), a obra física está 25% concluída. Inclusive a primeira parcela de milhões de reais foi repassada às empresas KL, Encalço e EIT.
Moradores da Barra de Santana, principal comunidade atingida pela obra na zona rural de Jucurutu, iniciaram um movimento na manhã de hoje (12) alegando que a União não acompanhou no mesmo ritmo a responsabilidade social, incluindo desapropriações e indenizações. “Estamos desesperados e na estaca zero, pois não foi paga nenhuma indenização, o desmatamento e a terraplanagem do novo local para construção da nova Barra de Santana”, lamentou a moradora Érica Gomes. Quase mil cadastrados aguardam análise junto à Procuradoria do Estado.
Um grupo está acampado em frente ao canteiro de obras de Oiticica, mas os integrantes dos movimentos sociais que acompanham o debate afirmam que a movimentação é pacífica, está aberta à negociação no próprio canteiro de obras e conta com apoio dos sindicatos rurais, CODEPEME, CUT, FETARN, FETAM/RN e diocese de Caicó, dentre outras entidades. A população afirma que só deixará a área depois que o governo avançar, pelo menos, com 30% das indenizações concluídas e das casas construídos no local escolhido para reassentamento, o Alto do Paiol.
por Alexandre Costa