A fissura labiopalatina é o centro do debate de audiência pública que acontece nesta terça-feira (27), às 14h30, na Assembleia Legislativa, atendendo a uma propositura da deputada estadual Gesane Marinho (PSD). Especialistas, autoridades e pais de crianças fissuradas foram convidados para debater a falta de assistência na saúde pública do Rio Grande do Norte.
A má formação acomete uma em cada 650 crianças que nascem no Brasil. No entanto, desde que o Hospital de Pediatria da UFRN encerrou o programa, no ano passado, os pacientes potiguares deixaram de contar com qualquer tipo de assistência na saúde pública. Na ocasião do fechamento do programa, havia em torno de 600 crianças cadastradas e cerca de 300 em tratamento.
A audiência pública desta terça acontece em meio à Semana Estadual de Educação, Conscientização e Orientação sobre a Fissura Labiopalatina, instituída pela Lei nº 9.101/2008, e celebrada sempre na última semana de maio. A ideia do evento é chamar atenção da sociedade para discutir possíveis soluções no atendimento a esses pacientes. “É um grave problema que atinge uma parte expressiva da nossa população e que não podemos deixar de discutir e buscar soluções”, disse Gesane.
A fissura ou fenda no lábio ou palato pode ser detectada ainda no ventre materno, entre a terceira e sétima semana de gestação, época em que o tratamento deve começar com apoio de psicólogos e assistentes sociais na orientação dos pais. Depois do nascimento da criança, o tratamento continua até os 18 ou 20 anos de idade e pode envolver até 25 profissionais de diversas especialidades.
Para a audiência foram convidados Governo do Estado, Prefeitura de Natal, Conselho Estadual e Municipal da Criança e do Adolescente, UFRN, Universidade Potiguar, Conselho Regional de Medicina do RN, Ministério Público Estadual, Associação Brasileira e Academia Norte-rio-grandense de Odontologia, além da diretoria do Hosped e Hospital Onofre Lopes, entre outras autoridades.