Há um mês à frente do Instituto Potiguar de Defesa do Consumidor (IPDCon), o ex-coordenador do Procon Estadual Araken Farias comemora a boa fase do órgão, que foi filiado no Fórum Nacional de Defesa do Consumidor, ganhou uma nova sede na Cidade Alta e deve abrir o segundo semestre desenvolvendo um projeto de educação financeira nas escolas da rede pública do Rio Grande do Norte. Ele falou ainda sobre o site www.consumidor.gov, que deve receber reclamações sobre empresas e serviços em demandas individuais e coletivas.
“Nosso foco serão as atividades corretivas contras as empresas, que são as mais importantes para os consumidores porque vamos juntar as demandas individuais e ingressar na justiça com em ações coletivas, para que mais pessoas tenham seus problemas com empresas de serviços resolvidas de forma ágil e ampla. Além disso, eles também poderão fazer suas reclamações via internet e as empresas reclamadas terão um prazo hábil de dez dias para resolver as situações relatadas. Caso isso não ocorra, vamos para a justiça”, explicou.
Araken, que chegou recentemente de Brasília, onde participou da primeira reunião do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor e da adesão do IPDCon a este, disse que essas ações são grande fonte de preocupação para as empresas, principalmente as de telefonia móvel, que são uma das maiores responsáveis pelas demandas recebidas pelos órgãos de defesa do consumidor no país.
Ele destacou outra ação muito importante a ser desenvolvida pelo órgão ainda este ano, que é o trabalho de educação financeira que será realizado em escolas de ensino fundamental e médio da rede pública do Estado. Inicialmente, apenas 12 unidades, sendo seis em Natal e as demais distribuídas nos municípios de Parnamirim, São Gonçalo do Amarante, Macaíba, Caicó, Assu e Mossoró.
“Vamos trabalhar um tema muito importante, que é a educação para o consumo e a relação das pessoas com o dinheiro. O projeto faz parte de uma campanha nacional que já vem sendo realizada com sucesso em outros estados do país e pretendemos, através de palestras, repassar informações básicas e importantes sobre temas como o “superendividamento”, um dos principais problemas nacionais. Uma pessoa só pode comprometer até 30% do ser orçamento financeiro, mas há casos que ultrapassam os 100% e que não pagam nunca, causando prejuízos para ela própria e as empresas”, explicou.
Através das palestras, Araken planeja atingir um público que nunca é trabalhado, ou seja, crianças e adolescentes. Atualmente, eles são responsáveis por uma parcela importante dos gastos mensais de uma família, mas quase nunca são alvos de ações que envolvem educação para o trato com dinheiro, o que pode contribuir para que se tornem adultos com problemas financeiras.
“Quando eu estava no Procon, ainda tentei levar adiante esse projeto, mas o Conselho Estadual do Consumidor não aceitou isso, sob o pretexto de que isso não era missão do Estado, mas dos responsáveis pelas crianças e adolescentes. Só que sabemos que há muitas famílias que não têm controle financeiro e que necessitam de orientação para não sofrerem com problemas dessa ordem mais na frente”, afirmou.