Reunidos em Natal, cientistas internacionais procuram enfrentar a Dengue
Um instrumento desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) para ajudar a monitorar a presença do mosquito da dengue entre a população do Rio Grande do Norte (RN) é o chamariz da 3ª Reunião da Rede Internacional de Avaliação e Controle da Dengue. Ele se chama Observatório Nacional da Dengue, desenvolvido por duas equipes de pesquisadores - uma da UFRN, liderada pelo Prof Ricardo Valentim, e a outra, do estado, liderada pelo médico epidemiologista, Ion Andrade.
"O Observatório da Nacional da Dengue é a primeira proposta de mudança no processo de trabalho desde Oswaldo Cruz, e, portanto, tem um grande potencial para ser mais efetivo no controle e no combate a Dengue", afirma Ion de Andrade, médico epidemiologista do estado e colaborador do projeto.
O evento
Em cinco dias, ou seja, de 13 até o dia 17, 22 cientistas de autoridades internacionais de cinco países em controle e combate da doença estão socializando no Hotel Praia Mar, em Natal, capital do estado, os avanços obtidos na identificação de áreas prioritárias para adoção de novas estratégias de controle da Dengue. Essa operação internacional conjunta, envolvendo Brasil, Cuba, Venezuela, México e Peru, e é capitaneada pelo Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS) da UFRN em conjunto e a Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde.
Ao cumprimentar os 22 cientistas visitantes, a reitora da UFRN, Ângela Maria Paiva Cruz, caracterizou o Observatório Nacional da Dengue como uma das ações do Programa Estruturante Universidade Cidadã, do Plano de Ação da Gestão Ângela Paiva-Fátima Ximenes e disse que a universidade está preocupada em crescer, desde que envolvida com os problemas sociais do povo potiguar. Ao destacar o papel do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS) nesse processo, foi taxativa: “Precisamos ser mais espertos que o mosquito da dengue para darmos condições de manutenção da saúde da população. Isso envolve a responsabilidade coletiva social da universidade e coletiva, da sociedade”.
Experiência natalense
Há duas décadas e meia o aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, vem desafiado a saúde pública desses países onde a doença virou endemia. E mesmo o RN registrando um índice alarmante no crescimento da Dengue, Natal está sediando o evento porque desenvolve um forte trabalho no controle e combate do mosquito Aedes Aegypti. Na UFRN, por exemplo, cientistas do Centro de Tecnologia (CT), por meio do Departamento de Engenharia Biomédica, como também no LAIS, sediado no Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL/EBSERH) se debruçam em estudos, em busca de uma solução mais produtiva.
“A Dengue é uma doença letal que todos os anos tem acometido diversas pessoas no Brasil e no mundo. Hoje diversos estados no Brasil estão com surto de Dengue. Na semana passada o RN decretou estado de calamidade, pois tivemos um aumento de mais 200% de casos notificados como Dengue, em relação ao mesmo período do ano passado”, destaca o professor Ricardo Valentim, coordenador do LAIS.
Gestores de saúde pública, como os secretários municipal de saúde de Natal, e estadual de saúde no RN, investem forte em soluções que venham a sair desse evento, pois para Luiz Roberto Leite Fonseca, secretário municipal de Saúde, “é pouco provável vencer um mosquito com tamanha capacidade de mutação e resistência”, enquanto o gestor estadual, Ricardo Lagreca, considera a complexidade urbana um forte componente a favor da endemia. Ao defender o combate à doença, Ricardo Lagreca diz ser necessário “um domínio absoluto sobre doença que afeta a região na estação chuvosa, necessária tanto para alimentar a agricultura familiar e de subsistência, como para a economia agrícola de larga escala”.
Ao final do quinto dia de trabalho da Rede Internacional de Avaliação e Controle da Dengue, eles esperam compilar os avanços no combate à dengue nesses países; avaliar a eficiência das metas na análise dos riscos e do controle dengue e a efetividade do que está sendo feito no que diz respeito à doença, no contexto mundial. Querem, também, desenhar novos modelos de controle e combate a moléstia e analisar futuros riscos epidemiológicos e eleger novas estratégias para enfrentar a epidemia daqui pra frente.
“Hoje há um grande interesse dessa Rede em mudar o processo de trabalho no controle e no combate a Dengue, para tanto, buscam-se novas formas de controle, combate e análise de risco. É preciso Inovação e Efetividade”, comenta Ricardo.
Para mais informações contatar Cintia da Hora, Assessora de comunicação do LAIS, pelo telefone (84) 8703-3550
(Sirleide Pereira / Cínthia da Hora – Ascom-reitoria e LAIS UFRN)