Porto Príncipe (Haiti) - O Brasil vai ajudar a sepultar os corpos que se espalham pelas ruas de Porto Príncipe, capital do Haiti, atingido na última terça-feira (12) por um terremoto de 7 graus na escala Richter. Hoje (14), em reunião com o presidente do país, Reneé Preval, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, pediu que ele indicasse um campo para que centenas de corpos sejam sepultados.
O embaixador do Brasil no Haiti, Igor Kipman, deverá tomar providências para que os corpos sejam sepultados seguindo as tradições religiosas do país, onde há cristãos, evangélicos e adeptos do vudu.
De acordo com Jobim, o Brasil está autorizado a contratar mão de obra haitiana para que os corpos dos seguidores do vudu sejam tocados apenas por pessoas que o praticam e para que os rituais sejam respeitados.
O presidente haitiano, segundo Jobim, assumiu um compromisso de indicar ainda hoje uma área para que comece o sepultamento.
Amanhã (15), será montado o hospital de campanha da Força Aérea Brasileira (FAB), em uma área em frente à base da missão de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) no Haiti. O hospital tem capacidade para atender entre 300 e 400 pacientes por dia. Cerca de 70 pessoas que permanecem no hospital improvisado por militares brasileiros serão transferidos a unidade de campanha, que tem mil metros quadrados.
Dois aviões C-130 estão trazendo o hospital e mais 70 pessoas - entre elas, 50 médicos e 10 responsáveis pela montagem da estrutura – para o Haiti. Os aviões também estão carregados de kits com medicamentos. O governo brasileiro também enviou ao Haiti um avião KC-137 com 50 bombeiros, acompanhados por cães farejadores, para ajudar nas buscas em meio aos escombros.
O ministro retornou hoje ao Brasil em um avião da FAB que leva também o corpo da coordenadora da Pastoral da Criança, a médica Zilda Arns, que morreu durante o terremoto. A aeronave decolou de Porto Príncipe por volta das 16h30 (19h30 no horário de Brasília). A previsão é de que o avião chegue a Brasil por volta das meia-noite.
Da capital federal, o avião seguirá para Curitiba, levando o corpo de Zilda Arns. O senador Flávio Arns (PT-PR), sobrinho da médica, também seguirá para Curitiba, onde o corpo será sepultado neste sábado (16).
fonte;Agência Brasil