Preocupada com a discussão de ações e metas para a educação escolar indígena, a Prefeitura de Assú, por meio da Secretaria de Educação e Cultura e 11ª Direc, em conjunto com a Associação Comunitária Amarelão e ONG Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul (Arpinsul) realizou nesta quarta-feira (08), no Campus Avançado da UERN, o I Seminário Municipal sobre Educação Indígena Jepuruvô Arandú (Utilizando Sabedoria).
Dividido em vários blocos, a programação contou com mesas temáticas, discutindo gestão escolar, política na educação indígena e a formação docente indígena. “Todas as discussões tiveram como base vários eventos que contribuíram para a formulação de políticas públicas voltadas para os índios, como a 1ª Assembleia Indígena do RN (2009), 2ª Assembleia Indígena do RN (2010), 1ª Assembleia da Mulher Indígena do RN (2012) e, no ano passado, a 3ª Assembleia Indígena do RN. O seminário terá também o objetivo de por em prática a lei 11.645/08”, lembrou a secretária de Educação e Cultura de Assú, Sandra Regina Meireles Holanda Alves.
De acordo com os organizadores, o grande propósito deste seminário foi reunir todos os setores que atuam com a comunidade indígena na região do Vale do Açu. “A nossa proposta é: enquanto profissionais na área de antropologia e colaborando com profissionais na aérea de educação, trazer para os professores e gestores a reflexão sobre esta problemática de se trabalhar com a temática indígena em sala de aula. Desmitificando a ideia que os indígenas foram desaparecendo, que se extinguiram”. Explicou Jussara Galhardo, antropóloga e membro da comissão organizadora do evento.
Depoimentos
Um dos destaques do seminário foi os depoimentos dos indígenas remanescentes das tribos que habitaram o Assú. Eles falaram sobre seus costumes e lutas pela preservação de suas raízes.
Patrimônio
Citando a Referencial Curricular Nacional para as Escolas Indígenas, documento idealizado pelo MEC em 2005, Jussara Galhardo aponta que a Educação Indígena “É um direito assegurado por uma nova política pública a ser constituída, atenta e respeitosa frente ao patrimônio lingüístico, cultural e intelectual dos povos indígenas”, ressaltou.
A próxima etapa do seminário será o Programa Estadual, apresentado em Natal no dia 19 de novembro.
Paulo Correia