As recorrentes notícias divulgadas pela imprensa sobre a falta de milho nos galpões da Conab do Rio Grande do Norte, com volumes cada vez menores e com a pouca disposição do Governo federal para atender os inúmeros pleitos de entidades rurais, fizeram com que o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do RN (Faern), José Álvares Vieira, visitasse nesta quarta-feira (01), o armazém da cidade de Caicó e observasse o problema de toda uma região.
Durante a visita, José Vieira conversou com produtores da região e ouviu do coordenador da Conab no município, João dos Santos, a informação que o total de milho no armazém na quarta-feira era de 15 mil quilos. “Um verdadeiro perigo, pois com esse volume irrisório, a Conab/Caicó deve atender 23 cidades próximas e com um total de quase dois mil produtores rurais cadastrados”, comentou o presidente da Faern.
Durante a visita, José Vieira esteve acompanhado do presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Caicó, Ivonaldo Diniz, que também se mostrou preocupado com a situação. “Esse desprezo do Governo federal com o nosso estado e com toda a região Nordeste é incrível. Uma situação que a cada dia piora por conta dessa seca devastadora. Para ter uma ideia, a Conab atende a todos os municípios do Seridó e a estrutura de funcionários para atendimento é precária”, ressaltou Diniz.
O presidente da Federação da Agricultura informou que na próxima terça-feira (07) estará em Brasília para uma reunião com o presidente da Conab Nacional, Rubens Rodrigues dos Santos, onde irá conversar sobre a realidade potiguar e os pedidos de inúmeros produtores rurais. “O que irei abordar na reunião de terça-feira será a nossa triste realidade. Sem muitos carregamentos de milho e sem apoio da administração federal. E no meio desse impasse, uma verdadeira multidão de produtores aflitos e com os seus rebanhos definhando”, alertou José Vieira.
Com o racionamento do produto, adotado pela superintendência regional da Conab, produtores do RN com direito a cota de 14 toneladas por mês estão recebendo somente sete toneladas. Alguns deles, informa o presidente da Faern, chegaram a ser atendidos somente com 50 sacas, o que representa três toneladas. "É uma situação de guerra. E o pior de tudo é observar essa problemática com o transporte", finaliza José Vieira. ECOAR