quinta-feira, 26 de novembro de 2009

ROSALBA CRITICA BAIXA PARTICIPAÇÃO DAS MULHERES NO GOVERNO LULA

O presidente Lula tenta passar a imagem de que prioriza as mulheres em seu governo e até criou a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, com status de ministério. Mas o discurso não se reflete na prática. Desde que assumiu a Presidência da República, em 2003, existe o registro de 91 ministros de Estado, mas apenas sete deles são mulheres. O número é ainda pior se compararmos os últimos dois anos: dos 38 ministros, apenas duas são mulheres.
Essa foi parte do discurso proferido ontem pela senadora Rosalba Ciarlini (DEM/RN), no plenário do Senado, por ocasião do dia 25 de novembro, reservado como o “Dia Internacional da Não-Violência contra a Mulher”. Rosalba, que foi a única senadora a fazer esse registro em plenário, fez alusão à falta de participação das mulheres no primeiro escalão do Governo Lula para lembrar que muito ainda precisa ser feito para garantir a representação feminina na sociedade e repudiar todo o tipo de violência de que as mulheres são vítimas.
“Reservar apenas sete lideranças femininas em ministérios, em uma relação de 91 ministros, é uma demonstração inequívoca de que o discurso do Governo Federal não está coincidindo com a prática, e o Brasil não está preparado para superar o problema da violência contra a mulher”, destacou a senadora.
Rosalba avalia que muito já tem sido feito pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, mas, para ela, essas políticas públicas ainda são tímidas e sem articulação. A senadora afirma que o Congresso Nacional tem feito a sua parte – a Lei Maria da Penha pode ser encarada como um dos maiores símbolos da participação atenta do Senado Federal e da Câmara dos Deputados para oferecer respostas à sociedade.
“Enquanto a participação feminina não for ampliada nas instâncias de decisão, será muito difícil uma mudança de paradigma para que possamos implementar ações efetivas de combate contra todo o tipo de violência de que são vítimas as mulheres”, destacou a senadora. Para Rosalba, é preciso estabelecer de maneira mais incisiva políticas públicas para desconstruir as desigualdades de gênero.
O “Dia Internacional da Não-Violência contra a Mulher” foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1999, para lembrar o assassinato de três irmãs na República Dominicana que faziam oposição à ditadura daquele País. Elas foram torturadas durante meses, violentadas e assassinadas em 25 de novembro de 1960, e agora se tornaram um símbolo de luta.
Segundo o Secretário-Geral da ONU, quase 70% das mulheres são atacadas de forma violenta por homens em algum momento de suas vidas. E a cada 15 minutos uma mulher é agredida no Brasil. E além da agressão física, há ainda a violência encontrada no cotidiano: nos lares, envolvendo relações afetivas; no mercado de trabalho, quando o homem é melhor remunerado que a mulher no desenvolvimento da mesma atividade; no local de trabalho, na forma de assédio moral, que degrada, ou mesmo no assédio sexual que humilha a mulher.
“A mulher vítima de alguma forma das violências a que me referi, perde a dignidade e a auto-estima, e essa perda é irreparável, pois estamos falando de objetivos e sonhos que estão sendo partidos. A maioria dessas mulheres convive com as sequelas durante toda a vida”, disse Rosalba.
fonte;assessoria

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