Os profissionais de saúde da Maternidade Professor Leide Morais, de forma apartidária, vem por meio desta nota pública informar e esclarecer à população quanto a suspensão, desde o dia 12 de novembro, dos internamentos, garantindo-se mesmo sem condições, apenas o atendimento às urgências pelo compromisso dos profissionais.
O caos instalado não se dá apenas pelas escalas incompletas, descontinuidade do atendimento pela falta de pagamento às cooperativas médicas, mas sim pelos constantes problemas que se agravam a cada dia.
Por ocasião do apagão ocorrido em 25.10 a equipe tomou conhecimento de que o gerador da unidade está quebrado. Segundo a administração vários comunicados solicitando conserto foram realizados junto à SMS sem que nenhuma providência tenha sido tomada. O fato é que o não funcionamento do gerador colocou em risco a assistência de um recém-nascido em sofrimento fetal, usuária com pré eclampsia e demais pacientes em trabalho de parto naquele plantão, que felizmente não terminou de forma trágica.
Em 10.11 um incêndio na autoclave da Central de Material denunciou que os extintores estavam vencidos. Corpo de bombeiros interditou a sala e orientou a religar os aparelhos apenas após laudo de um eletricista.
Apesar do conserto da autoclave ter normalizado a esterilização de materiais no dia de ontem, outros problemas mencionados no memorando 136/2012, encaminhado à secretária de saúde em 12.11.2012, não foram solucionados, a saber: conserto do gerador, abastecimento da farmácia com faltas constantes de insumos, desde sondas, luvas, bolsas coletora de urina e medicamentos anestésicos, agulha de punção lombar e clamp umbilical, dentre outros; falta de água mineral para preparo das dietas líquidas e complemento alimentar dos recém nascidos, cujo último abastecimento foi realizado em 22 de outubro, que desde então funcionários tem comprado água para manter o internamento de pacientes; restabelecimento do serviço de ambulância móvel 24 horas; segurança insuficiente uma vez que funcionários tem sido assaltados no estacionamento da maternidade, além do furto de veículos; Deterioração da estrutura física pela falta de manutenção que se encontra com problemas de infiltração, mofo, piso danificado (com áreas sem continuidade e com de acúmulo de sujidade e líquidos) e desabamento de gessos em várias suítes, forçando interdição das mesmas, gerando redução na capacidade de atendimento comprometendo a saúde dos profissionais e usuárias; Inexistência de pessoal treinado e qualificado põe em risco a manutenção e abastecimento seguros do cilindro de gás, com perigo iminente de explosão; Além de todas as questões expostas acima e que afetam diretamente o funcionamento do Centro Cirúrgico, somam-se a estes, problemas na iluminação do foco cirúrgico.
O comprometimento da qualidade do atendimento nos serviços prestados pela Maternidade Leide Morais se deve a constantes descontinuidades de processos de gestão e abastecimento. Os profissionais por acreditarem e defenderem o SUS, visando não prejudicar à assistência à população, por vezes, através de sua rede de contatos entre serviços, voltou ao tempo do escambo, trocou materiais entre as unidades para garantir o abastecimento para funcionamento da maternidade, situação esta inadmissível incabível, inapropriada para execução de um serviço seja ele público ou privado.
Ressaltamos que todos os fatos expostos resumidamente nesta nota são de conhecimento da Secretaria Municipal de Saúde, dos Órgãos de Classe cujos profissionais fazem parte do quadro funcional da Maternidade Leide Morais, e Ministério Público do RN, que acreditamos tomarão as providências necessárias para restabelecimento do serviço.
Por tudo que se apresenta convocamos a população para somar conosco a defesa do SUS público e de qualidade, e que em tempos de declarações pela prefeitura de Natal da manutenção de gastos públicos para financiar festa privada (Carnatal), e iluminação natalina, esta última da ordem de 1,5 milhão de reais, possamos refletir que promessas por si só não garantem direitos conquistados historicamente. É preciso vigilância e controle social permanentemente ativos, trabalhadores organizados e população informada.
CEDECA Casa Renascer