Para marcar a Semana da Luta Antimanicomial - movimento que tem como proposta humanizar o tratamento psiquiátrico – o Governo do Estado terá programação em todas as regiões do Rio Grande do Norte entre os dias 18 e 24 de maio. O evento intitulado “Mais Cultura, Menos Manicômio” é uma parceria entre a Fundação José Augusto e a Secretaria de Estado da Saúde Pública.
A intenção, como propõe o nome, é incluir atividades artísticas e culturais na vida dos usuários do serviço psiquiátrico, promovendo a inclusão social deles.
A programação será dividida entre os municípios de Natal, São José de Mipibu, Mossoró, João Câmara, Caicó, Santa Cruz e Pau dos Ferros e conta com ações educativas, debates, cinema e música. Todas as atividades são abertas ao público em geral.
Apoiam o evento a Associação Plural, Programa Saúde na Escola (PSE), Subcoordenadoria de Informação, Educação e Comunicação (SIEC), Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN), Coordenação Estadual de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas e Conselho Regional de Psicologia (CRP).
Entenda o 18 de maio - Dia da Luta Antimanicomial
Transtornos mentais acompanham a história da humanidade, mas sempre foram concebidos como obscuros e perigosos. Em razão disso, com frequência é tratado com estigmatização, encarceramento e exclusão.
A palavra "manicômio" deriva do grego: "manía" significa loucura e "komêin" quer dizer curar. Mas na prática, o manicômio não se constituiu como um lugar de tratamento eficaz, resolutivo ou de bem estar.
A ruptura com o modelo manicomial significa muito mais que a derrubada de uma estrutura institucional existente (o manicômio). Consiste na ressignificação de uma lógica de compreensão, lugar e conceitos acerca da pessoa com transtorno mental e da própria existência desse fenômeno nas sociedades.
A sintetização, em um lema, dessa noção de que o paradigma adequado para o acolhimento e cuidado das pessoas com transtornos mentais é uma sociedade sem a lógica manicomial, foi um marco para a luta antimanicomial no Brasil. Isso ocorreu em 18 de maio de 1987, no Congresso de Trabalhadores de Saúde Mental em Bauru/SP, sob o slogan “uma sociedade sem manicômios”. Assim se convencionou como data alusiva o dia 18 de maio como Dia Nacional da Luta Antimanicomial.
O Relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) de 2001 assinala que os transtornos mentais correspondem a 12% da carga mundial de doenças e a 1% da mortalidade, quando menos de 1% dos recursos da saúde é investido em ações para a saúde mental. Apesar disso, mais de 40% dos países ainda carecem de políticas em saúde mental e 30% não tem programas nessa esfera.
Sabe-se ainda que a maioria dos transtornos é tratável e evitável, corroborando a premissa de que, quando se investe na prevenção e promoção da saúde mental, pode-se reduzir bastante o número de incapacidades resultantes desses transtornos.
PROGRAMAÇÃO DO “MAIS CULTURA, MENOS MANICÔMIO”
18 de maio (segunda-feira)
Manhã e tarde — Ações Regionalizadas
Cada Regional de Saúde do estado fará ações alusivas dentro de uma programação própria
18h – Videoconferência sobre a Luta Antimanicomial, com representantes da Saúde Mental, usuários, Universidade e Cultura.
(link a ser disponibilizado nas redes sociais)
19 de maio (terça-feira)
Manhã e tarde — Ações Regionalizadas
Cada Regional de Saúde do estado fará ações alusivas dentro de uma programação própria
14h30 – Tenda do Conto no Centro Cultural da UERN (Zona Norte de Natal)
18h - AntimaniCINE – Filmes e debates sobre a temática da luta antimanicomial
Local: Cada Região de Saúde irá determinar seu local de realização
Em Natal, ocorrerá no Teatro de Cultora Popular – TCP, anexo da Fundação José Augusto
24 de maio (domingo)
Local: Cidade da Criança
15h - Programação cultural com apresentações de usuários
16h – Homenagem solene à Luta Antimanicomial
17h – Apresentação – Antônio de Pádua
18h – Apresentação Velvet Blues no show “Quem precisa de você?”