Técnicos do governo federal afirmaram nesta sexta-feira (6), em audiência pública na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA), que a principal causa do reajuste dos preços da gasolina, nos últimos meses, foi o aumento do número de carros flex na frota brasileira.
De acordo com o coordenador do Departamento de Cana-de-Açúcar e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Cid Jorge Caldas, a produção nacional de álcool hidratado não conseguiu, sobretudo nos dois últimos anos, acompanhar o aumento do número de veículos bicombustível saídos das fábricas.
O aumento da demanda por álcool hidratado provocou, segundo ele, a redução da oferta do álcool anidro que é misturado à gasolina, causando o encarecimento deste combustível.
- O grande problema está na produção de veículos automotores [flex]. Não estou querendo dizer com isso que se tem que parar com a produção e venda de carros. Mas o fato é que, enquanto um veículo pode ser fabricado a cada 15 minutos, a cana-de-açúcar, precisa de pelo menos 12 meses para ser colhida depois de plantada - disse Caldas.
O coordenador apontou ainda como fator importante na elevação dos preços do álcool a redução dos percentuais de crescimento na produção de cana-de-açúcar. De 15% na safra de 2007/2008, caiu nos períodos seguintes a 13,7%, 7% e 3%. Laércio Franzon / Agência Senado
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