Neste sábado (4), durante a programação da 42ª Conferência do Distrito 4500 de Rotary Internacional, o deputado federal Fábio Faria apresentou uma palestra sobre o combate ao crack. O parlamentar preside a Frente de Combate ao entorpecente no Congresso Nacional e é relator da Comissão de Políticas Públicas contra as Drogas na Câmara Federal. O convite para participar do evento foi feito pela representante do Rotary, Tereza Neuma.
Em sua apresentação, intitulada "Crack: o que podemos fazer para conter esse avanço?", Fábio Faria expôs os números da droga no país. Segundo levantamentos recentes, mais de 1,2 milhão de pessoas usam crack no Brasil. A droga está em 98% dos municípios, e começa a ser usada, em média, aos 13 anos de idade. “O crack está presente em todas as classes sociais, todas as faixas etárias. É urgente que haja uma reação do governo e da sociedade, pois não queremos que nossos filhos, nossas crianças, vivam em um mundo em que o crack domine”, afirmou o deputado.
O parlamentar lembrou que o OXI, que chegou recentemente ao país, traz prejuízos ainda maiores ao organismo. Após apresentar uma matéria exibida pelo Fantástico e que mostrava a forma como a droga é administrada e seus efeitos, Fábio Faria foi enfático ao ressaltar que, até o fim do ano, o novo entorpecente causará ainda mais estragos que o crack. “O OXI é uma droga ainda mais devastadora, leva cal e querosene ao pulmão. Em um ano, 30% dos usuários pesquisados morreram”.
Para o deputado, embora os parlamentares trabalhem e busquem ferramentas para o enfrentamento do crack e do OXI, Poder Legislativo e sociedade devem se unir para cobrar, urgentemente, uma ação eficaz do Executivo no combate às drogas. “O que se pretende com o trabalho da Frente e da Comissão Especial é entregar um projeto pronto ao governo federal. Nós, deputados, pretendemos exigir uma atitude enérgica no combate ao tráfico, na recuperação dos usuários e na prevenção ao uso de drogas. Nós não temos o poder de executar as ações, quem tem são as prefeituras, os governos, a União. Então é importante que eles sejam cobrados, porque esse mal só cresce. Estamos claramente diante de uma epidemia, que deve ser combatida com todas as forças, ou as consequencias serão irreversíveis”, encerrou Fábio Faria. NÚMEROS DA ASSITÊNCIA
Dos 3.950 municípios pesquisados pela Confederação Nacional dos Municípios, 91% não possuem programas de combate ao crack e outras drogas. Apenas 8,43% deles estão começando a implementar programas nesse sentido. O acolhimento de usuários, na rede pública, se concentra nos CAPS (Centros de Atenção Psicossocial), que assistem os portadores de transtornos mentais e cobrem apenas 14,78% dos municípios.
Assessoria