A senadora Rosalba Ciarlini (DEM-RN), um dia depois de sua diplomação como governadora do Rio Grande do Norte, ocupou a tribuna do plenário do Senado Federal para fazer seu discurso de despedida. A partir desta sexta-feira (17), Rosalba vai se dedicar à formação de sua equipe e permanecerá no Estado.
Ao se despedir dos senadores, Rosalba lembrou que, quando assumiu seu primeiro mandato parlamentar em fevereiro de 2007, entrou para a história política do RN como a primeira senadora eleita do Estado. Médica e pediatra, a senadora chegou ao parlamento depois da experiência como prefeita da cidade de Mossoró, por três vezes, e ressaltou seu trabalho em favor dos direitos da mulher, o combate à mortalidade infantil, a defesa dos direitos do cidadão, além da parceria com os senadores Garibaldi Alves (PMDB-RN), que já ocupou a Presidência da Casa, e Agripino Maia, líder de seu partido no Senado. “Graças a esta junção de forças, fui eleita senadora e agora governadora do Rio Grande do Norte.”
A parlamentar destacou sua atuação na área social, como presidenta da Comissão de Assuntos Sociais por dois anos, e sua preocupação com a educação e com a saúde da população. Disse ao plenário que dividiu seu trabalho entre os compromissos legislativos e a presença no Estado: “Honrando o compromisso que assumi em praça pública, trouxe para esta casa os anseios e sugestões do povo de minha terra”.
Rosalba, em quatro anos, apresentou 60 projetos e limpou a pauta da Comissão presidida por ela. Entre os projetos de sua autoria, a senadora citou a aprovação, por unanimidade, da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que aumenta a licença-maternidade para seis meses a todas as trabalhadoras brasileiras; o reconhecimento de profissões, como mototaxistas e motoboys; a regulamentação da profissão de agentes comunitários de saúde; o apoio à Zona de Processamento de Exportação de Assu- A ZPE do Sertão; o auxílio-tratamento para vítimas de Câncer e AIDS; a inclusão do Rio Apodi/Mossoró na transposição do Rio São Francisco; o fim das demissões para trabalhadores que estão perto de ser aposentar, além de dezenas de outros projetos.
A senadora ressaltou a importância do RN como maior produtor de sal marinho do país, produtor de petróleo, gás natural e fruticultura irrigada e lembrou a destinação de R$ 130 milhões em emendas para os municípios do Estado. “Procurei não discriminar nenhuma prefeitura”, disse governadora eleita.
No plenário estavam presentes o deputado Betinho Rosado (DEM-RN), o ex-deputado Benito Gama e vários senadores, que pediram apartes para parabenizar a atuação de Rosalba no parlamento. Segundo o senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) “o Senado perde, mas o Estado vai ganhar demais”. O senador Marco Maciel (DEM-PE), colega de partido, disse que os pernambucanos estão felizes com a “profícua vitória”. O senador Valter Pereira (PMDB-MS) elogiou o trabalho de Rosalba na presidência da Comissão de Assuntos Sociais e desejou que o crescimento social chegue também ao Nordeste. “Acredito que a governadora terá coragem para enfrentar números hostis, com rigor, coragem e determinação necessários”, disse.
O senador e professor Cristóvam Buarque (PDT-DF) lembrou o compromisso de Rosalba com as crianças e, segundo ele, seu partido vai ficar desfalcado sem a presença da senadora Rosalba na defesa da educação infantil. “Sabemos que agora que tem a caneta nas mãos, pode ajudar a erradicar o analfabetismo, assim como começou Paulo Freire no Rio Grande do Norte”, completou o senador.
O senador Garibaldi Alves disse que Rosalba liderou a coligação que garantiu, também, a sua reeleição e o senador Marconi Perillo (PSDB-GO), eleito governador de Goiás, parabenizou seu mandato como senadora. O senador Mão Santa (PSC-PI), que ocupava a presidência da mesa, depois de citar Jucelino Kubitschek como um dos governadores brilhantes do país, encerrou sua fala dizendo “A Rosa é mesmo uma rosa”.
Rosalba Ciarlini anunciou que será rigorosa e disse que assume um Estado com deficiências na área de saúde, carências na educação e o aumento da violência. “A população está aprendendo o que é mais importante, que exista um governo que assuma o maior desafio que é equilibrar as finanças. Vou ter que tomar as medidas necessárias, pois sou dona de casa e sei que não se faz a feira se não tiver recursos. Vou bater às portas desta Casa e não sou de me acomodar”.
Ao fim de seu discurso, Rosalba Ciarlini foi aplaudida pelo plenário. Assessoria.
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