Primeira vitória do movimento Não à urbanização do Pontal, em Baía Formosa, fortalece auto-estima dos surfistas do melhor point do RN. Ajudem-nos a preservar “A Menina dos Olhos de Baía Formosa, o Pontal”.
Eliade Pimentel – Jornalista profissional em ação voluntária pela preservação do Pontal de Baía Formosa.
A onda que revelou Fábio Gouveia, o maior surfista brasileiro de todos os tempos, está a salvo, por enquanto, das mãos daqueles que querem ferir sua beleza. A obra no Pontal de Baía Formosa foi embargada, pelo Idema, pelo fato de o município não cumprir uma das cláusulas para dispensa de licença, que no caso é a cessão da área pela Superintendência do Patrimônio da União (SPU-RN).
Em reunião do Comitê Gestor do Projeto Orla, realizada quarta-feira, dia 4, na Câmara dos Vereadores de Baía Formosa, em nome de todos os que são contrários à urbanização do Pontal, argumentei que a correspondência assinada pelo prefeito para o Idema e para a SPU-Rn se refere à cessão de área e licenciamento para o Projeto Orla na praia de Bacopari, e não cita de forma alguma que o projeto se estende ao Pontal de Baía Formosa, onde a obra em questão havia sido iniciada.
Outro argumento apresentado foi o crime ambiental de formação de aterro ilegal no mesmo local, composto por terra de outra origem (visível pela coloração, diferente da areia da praia) e rejeitos de construção civil no Pontal, formando uma elevação incompatível com a paisagem original. Percebe-se que a intenção do gestor e empresário do único hotel situado ao lado do point, é nivelar a área para ter mais espaço de estacionamento a ônibus de turismo e veículos dos seus hóspedes.
Após a reunião, representantes da SPU-RN e Idema desceram ao Pontal para averiguações. Como não se tratava de funcionários da fiscalização dos referidos órgãos, e estavam ali como técnicos-consultores, membros do Comitê Gestor do Projeto Orla, eles se comprometeram a levar todos os pareceres necessários aos setores responsáveis. Diante da pressão popular, o representante do Patrimônio da União sugeriu que o prefeito parasse a obra, o que nõa foi acatado de imediato.
No entanto, após veiculação de reportagens na Intertv Cabugi, que apurou com os órgãos as denúncias, o Idema embargou a obra e o prefeito não teve outra saída a não ser suspendê-la. Todos respiram mais aliviados com a decisão sábia do gestor do Idema, mas têm a certeza que mesmo com uma batalha ganha, a guerra pelo Não à urbanização do Pontal continua, porque a ideia é sensibilizar o Patrimônio da União para não ceder a área para a prefeitura. E a luta continua.