A deputada federal Fátima Bezerra (PT) comemorou o anuncio feito pela presidenta Dilma Rousseff da criação da unidade de preservação “Parque Nacional Furna Feia”, nas cidades de Barauna e Mossoró, no Rio Grande do Norte. A assinatura do decreto de criação foi realizada hoje (05), durante cerimônia no Palácio do Planalto em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente.
“Registrei na tribuna da Câmara dos Deputados a minha alegria por causa da assinatura do decreto para criação do Parque Nacional Furna Feia. Dentre várias medidas de proteção ao meio ambiente e à saúde indígena anunciadas hoje, Dilma destacou o nosso Parque Nacional Furna Feia. Inclusive, essa foi uma luta antiga nossa, um sonho que agora será concretizado. Em 2008, apresentei requerimento de indicação, em parceria com o Ibama, justamente sugerindo a criação do Parque”, disse Fátima.
Mas o principal argumento da proposta, segundo Fátima, é o rico patrimônio espeleológico. Segundo o CECAV/RN foram identificadas até o momento 213 cavernas, entre elas a Furna Feia, segunda maior caverna do estado, com 766 metros, e o Abrigo do Letreiro, com pinturas rupestres. A área é atualmente a maior concentração de cavernas do Estado, que tem cadastradas 565 cavidades naturais. Do ponto de vista biológico, foram identificadas 10 espécies troglóbias (exclusivamente cavernícolas), algumas de relictos oceânicos (grupos originalmente marinhos e que se adaptaram a ambientes de água doce).
Com a Unidade de Conservação será triplicará a área de Caatinga protegida no Estado, pois a Caatinga, bioma exclusivamente brasileiro, apesar de ocupar mais de 80% da área do RN, representa apenas 1,65% da área protegida em UC no Rio Grande do Norte.
Proposta é resultado de estudos realizados pela Base desde 2001 na área de Reserva Legal da antiga Fazenda Maisa, hoje Projeto de Assentamento Rural Maisa, nos municípios de Mossoró e Baraúna, com o apoio do IBAMA/RN e da Petrobrás.
Os levantamentos preliminares apontam flora e fauna diversificadas e bem preservadas, tornando a área uma das mais representativas do bioma Caatinga no Estado, com a ocorrência de 105 espécies de plantas, sendo 22 endêmicas, 101 espécies de aves, 23 espécies de mamíferos e 11 espécies de répteis. Várias dessas espécies que lá ocorrem constam nas listas de fauna e flora ameaçadas de extinção.
A área, portanto, tem imenso potencial para pesquisa científica. Diversas universidades locais já realizam estudos na área (como UFRN, UERN e UFERSA) além de outras universidades no Brasil (UFLA, UFCE e USP). Além disso, a área possui imenso potencial turístico, principalmente o turismo ecológico e de aventura, e terá importante papel no desenvolvimento sócio-econômico de famílias assentadas e comunidades do entorno, sendo uma importante fonte de renda sustentável para a região.