Desde as primeiras rodadas da série “B” 2012, o América de Natal figura entre os líderes na tabela de classificação. A proposta inicial de “lutar para não cair”, do técnico Roberto Fernandes, cede lugar a um sonho difícil, mas possível: voltar à elite do futebol brasileiro, como em 2007, quando o alvirrubro potiguar disputou a primeira divisão. Naquela época, o América chegou à série “A” depois de realizar uma campanha aguerrida e bem sucedida em 2006. O time, liderado pelo maestro Souza havia terminado a série “B” em quarto lugar, depois de um empate histórico com o Atlético Mineiro.
Hoje, os tempos são outros. Do grupo atual, o diretor executivo de futebol, Leandro Sena, que ficou conhecido como o “Rei do Acesso”, é remanescente daquela equipe vitoriosa. O atacante Max, que acaba de acertar o retorno ao alvirrubro potiguar, também participou da conquista de outrora. O título do Campeonato Estadual 2012 e o início arrasador no atual Brasileiro da Série “B” trazem bons presságios para torcida americana. O América desponta como uma das surpresas do certame na temporada 2012. Mais de 75 % de aproveitamento de uma equipe modesta, montada com o grupo remanescente da conquista do Estadual. A cada batalha dos alvirrubros, surgem os obstáculos: as dificuldades de público e renda nos jogos em Goianinha se somam ao assédio financeiro aos destaques da equipe. Foi assim no caso recente envolvendo o meia Júnior “Xuxa”, negociado com o milionário futebol árabe.
A cada treinamento ou jogo, o América se mostra empenhado na missão. São lutas constantes e difíceis, dentro e fora de campo. Uma história em construção pelo trabalho de dirigentes apaixonados e dedicados, como o presidente Alex Padang.
O que vemos é um reacender das luzes vermelhas, que emanam vibrações de torcedores fanáticos, como o folclórico “Baé”. Mas, como descrever o sentimento da “Nação Americana”? Depois de oito anos de jejum, a conquista do Estadual deste ano foi uma explosão de alegria. E na seqüência, o início empolgante na série “B” renova as esperanças americanas.
Há um quê de sonho alvirrubro nesta era “pós-machadiana”. São tempos diferentes, onde o simplório Estádio Nazarenão, “A Bombonera do Agreste”, se transformou no caldeirão da vitória. Com saudades dos tempos áureos da Série “A”, milhares de potiguares renovam o amor pelo clube vermelho e branco. E almejam assistir ao replay daquela façanha, realizada no memorável ano de 2006. Com o retorno do América as grandes conquistas, simultâneo ao processo pioneiro do despertar da profissionalização por parte do ABC, o futebol potiguar agradece!
por Muriu Mesquita