Participaram do encontro cerca de 20 pessoas entre jornalistas, turismólogos, professores, especialistas e empresários do setor, que criticaram a falta de investimentos, principalmente no que diz respeito à divulgação turística do Estado. Para os profissionais, o turismo potiguar vive uma crise, agravada com as dificuldades para a nomeação de um gestor para a Secretaria de Turismo do Estado, que permaneceu por dois meses sem comando, e pela falta de reuniões do Conselho Municipal de Turismo (Contur).
De acordo Hermano Morais toda essa problemática esbarra na falta de planejamento. Para ele é preciso desenvolver uma política integrada e de interiorização do turismo, resgatando projetos que estão prontos e que acabaram guardados. “Nós temos projetos de valorização do turismo guardados na atual gestão, que poderiam ser viabilizados, mas esbarram na falta de gestão, de planejamento. É preciso incentivar o crescimento do turismo ampliando o leque de opções para quem visita Natal, interiorizando o turismo e oferecendo muitos mais que nossas belezas naturais, mas a cultura do nosso povo”, disse.
Via Costeira
Outro ponto debatido durante o encontro foi a Via Costeira, que recentemente foi alvo de uma discussão entre o Trade Turístico e Ibama, que defende que a área seja considerada como área permanente de preservação, impedindo o licenciamento de novas construções e a derrubada dos empreendimentos que estão em fase de construção. Hermano Morais afirmou que e preciso consolidar e não retroceder. “O que peço é o bom senso para garantir a preservação do meio ambiente e o desenvolvimento do Turismo, através de projetos, do diálogo”, pediu. Ele citou a incorporação de elementos de um projeto paisagístico feito pelo arquiteto Burle Max, ainda na década de 1970, na área da Via Costeira, que acabou não sendo efetivada durante sua reforma. “A conclusão da reforma da Via Costeira precisa ser uma prioridade, com a criação dos acessos e o saneamento básico, que hoje é um problema que atinge não só a Via Costeira, mas toda a cidade, que infelizmente só possui a cobertura de cerca de 30% de rede de esgoto”, informou.
A Copa do Mundo de 2014 em Natal também foi um dos assuntos abordados pelos profissionais, que se mostraram preocupados com a proximidade dos jogos e o início das obras de mobilidade urbana no município, que estão paradas. “É uma verdadeira corrida contra o relógio. Sempre fui um incentivador da realização da Copa 2014 em nossa cidade por acreditar que Natal tem todas as chances de se consolidar mundialmente. Mas infelizmente o que temos visto são dificuldades, atrasos nas obras. E isso muito nos preocupa, pois podemos perder investimentos que já estão à disposição caso o município não cumpra as contrapartidas, não apresente as licenças ambientais e agilize a situação das desapropriações que impedem a viabilização das obras”, argumentou.
Hermano lembrou que é preciso investir na qualificação profissional, para que os potiguares possam preencher as vagas criadas durante o mundial da FIFA e com a construção do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante e defendeu as parceiras público-privadas como forma de garantir a execução e manutenção de equipamentos turísticos na cidade. “Nós temos um dos mais importantes monumentos desse país, que é o Forte dos Reis Magos, fechado por falta de reparos; temos o Presépio de Natal, projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, depredado, destruído. Será que não seria mais viável manter um contrato de cessão ou convênios com a iniciativa privada?”, questionou o parlamentar.
Gestão
Por fim, questionado pelos profissionais, Hermano defendeu a presença de técnicos na gestão da Secretaria de Turismo tanto do Estado quanto do município e disse apostar na gestão compartilhada para que Natal volte a figurar entre os principais destinos turísticos do país. “A parceira política é fundamental para buscar os meios e viabilizar os recursos. Mas, é essencial a presença de profissionais que venham deste segmento, que contribuam com sugestões e vivências, para devolver e consolidar de uma vez por todas o turismo da nossa capital”, finalizou.
