Segundo a governadora, a escolha por Mossoró para o lançamento da campanha se deve a critérios técnicos e estatísticos que mostram crescimento no número de homicídios na segunda maior cidade do Rio Grande do Norte.
“Temos que enfrentar, com coragem, a questão do crime. Não iremos colocar nada debaixo do tapete”, afirmou a Rosalba Ciarlini, acrescentando ter a certeza de que, a partir da junção da força dos três governos (federal, estadual e municipal), a situação tende a ser minimizada. “Vamos reduzir e reprimir a violência causada pelas drogas e agir com rigor para que jovens e inocentes não sejam atingidos pela violência que a arma ajuda a aumentar”, disse.
A governadora fez alusão a fatos históricos de Mossoró, como o posicionamento de Ana Floriano contra a ida de filhos e maridos de mulheres da cidade à guerra do Paraguai, à abolição da escravatura cinco anos antes da Lei Áurea e à resistência de Mossoró ao bando de Lampião para dizer que a cidade respira liberdade e paz. “Mossoró sempre teve essa ousadia pela liberdade e pela paz. Tenho certeza que, no momento em que vivemos essa situação crítica, a sociedade toda participará dessa campanha. Queremos dar o exemplo: é possível nos desarmar. A paz tem que estar dentro de nós e sem armas seremos mais felizes”, disse.
Rosalba citou algumas ações do Governo do Estado na área da segurança, como os projetos Ronda Cidadã, Sertão Seguro e a integração das polícias do RN, Paraíba e Ceará nas fronteiras como exemplos de ações voltadas à redução da criminalidade no estado. Além disso, a governadora afirmou que ampliará os postos de fiscalização nas RN’s. “Vamos abrir postos de fiscalização da polícia em todo o Estado. É um investimento grande e também iremos instalar mais câmeras de segurança em Natal, Mossoró e em cidades da Região Metropolitana da capital. Em breve Mossoró terá a sua segunda unidade do Batalhão de Polícia Militar”, afirmou.
O coordenador nacional da campanha, Antônio Rangel, apresentou números relacionados ao desarmamento desde 2004, quando a ação foi iniciada pelo Governo Federal. “Meio milhão de armas foram recolhidas. Em cinco anos mais de cinco mil vidas foram salvas”, afirmou, acrescentando que o Governo resolveu repetir e duplicar a ação. No caso específico do Rio Grande do Norte, Rangel disse que o estado tem condições de fazer uma excelente campanha.
Segundo ele, o cidadão que mantém uma arma em casa tem a falsa ilusão de segurança e afirmou: “ter arma em casa é perigoso. Bandido não entrega arma. Em 2003 foram roubadas 27 mil armas das casas no Brasil. A arma é um extraordinário instrumento de ataque e precário na defesa”, disse, informando que em 2005 o preço da arma no mercado clandestino triplicou.
Sobre o GGIM, Antônio Rangel dará um exemplo ao Brasil e disse que a atitude da prefeita de Mossoró certamente será seguida pelos demais municípios potiguares e se expandirá pelo território nacional.
Para o secretário de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social (Sesed), Aldair da Rocha, o Governo do Rio Grande do Norte passará a trabalhar em duas frentes: ação preventiva e repressão ao crime e às drogas.
Segundo ele, a escolha por Mossoró para o lançamento da campanha se deve a fatores científicos; “infelizmente o crime assusta no Oeste. São crimes violentos e homicídios que estão em alto patamar, mas estamos firmes. Não ficaremos somente no desarmamento. Vamos atuar nas drogas e no combate ao crime organizado e não vamos esquecer da parte repressiva, a qual já estamos fazendo”, afirmou. O secretário informou que 80% das armas apreendidas no Rio Grande do Norte são do comércio ilegal.
Nesta sexta-feira (02), a campanha de desarmamento será lançada em Natal para atender cidades da Região Metropolitana; a solenidade será às 14h30, no Centro de Convenções, e terá a presença do secretário executivo do Ministério da Justiça, Luiz Paulo Teles Barreto. A meta do Governo do Estado é atender também as regiões Seridó (com lançamento em Caicó) e Alto Oeste (em Pau dos Ferros). “Vamos capitalizar e estender a campanha para todo o Estado”, afirmou o secretário.
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