quarta-feira, 29 de julho de 2015

ESPETÁCULO "FITA-ME" AMANHÃ (DIA 30) NA CASA DA RIBEIRA

imageDIÁLOGO COM O PÚBLICO É COLOCADO EM EVIDÊNCIA NO ESPETÁCULO “FITA-ME”

Montagem inédita da Procura-se Companhia de Dança aposta no pioneirismo ao refletir sobre a própria forma de atuar, quebrando paradigmas em busca de  novos modelos: “É preciso arrebatar”, diz Anízia Marques, que integra o coletivo

Com estreia dia 30, o espetáculo marca a nova temporada do Cena Jovem 2015, edital de fomento às artes cênicas capitaneado pela Casa da Ribeira

Tudo pode acontecer quando “Fita-me” estrear no palco da Casa da Ribeira. Mesmo sob coreografias milimetricamente pensadas, a composição instantânea, o improviso de movimento e a interação com o público ficarão evidentes nesta nova montagem do coletivo Procura-se Companhia de Dança.

Com estreia próxima quinta-feira, dia 30 de julho, o espetáculo chega a público para propor, de forma inédita, uma reflexão sobre a dança contemporânea produzida do Rio Grande do Norte a partir de sua relação com o público, na tentativa de encurtar as distâncias que os separam hoje. A montagem estará em temporada na Casa da Ribeira, sempre às 19h30 até domingo (2), e nas semanas seguintes sempre de quinta a domingo, até dia 04 de outubro. A apresentação também celebra a estreia do projeto Cena Jovem, sendo o primeiro dos quatro espetáculos propostos pelo edital 2015.

“Fita-me” nasce da criação coletiva dos intérpretes-criadores Ana Cláudia Viana, Anádria Rassyne, Anízia Marques, João Alexandre Lima e Tházio Menezes, ao serem provocados sobre o distanciamento crescente entre público e companhias de dança na cidade. “Esse distanciamento é real, ninguém quer sair de casa para assistir uma montagem por que muitas vezes não passa de terapia de coreógrafo”, confessa a bailarina Anízia Marques, que integra o coletivo. Para ela, esse formato vigente transcende a incompreensão, pois muitas vezes torna-se chata e incômoda também para o intérprete. “A dança tem que arrebatar”, define ela, ao complementar que mesmo nas sutilezas, um espetáculo precisa fazer refletir, pensar e repensar. “Acredito na dança quando ela faz da entrega do corpo em cena um meio de transmitir e transformar almas.”

Entre a provocação e a criação de “Fita-me”, algumas perguntas vieram à tona: Como podemos criar uma obra que reverbere no corpo do espectador? Será que a dança contemporânea sobreviverá à necessidade do entendimento, ou estaremos fadados a sermos os eternos “incompreendidos”? Existe lugar para um espetáculo de dança, num período em que a sociedade parece bem mais voltada para a necessidade dos selfies, das filmagens e dos virais da internet? Nessa posição crítica diante desta realidade, a equipe buscou reestabelecer novas possibilidades de diálogos entre os artistas da cidade e a plateia, sem negar a história que já viveram.

No caldeirão de pensamentos, novos membros se integraram à equipe, como a videomaker Luara Schamó no comando da interação audiovisual. O diretor teatral Henrique Fontes, presidente da Casa da Ribeira, que participou como um provocador ao lado de Clarissa Rêgo; e ainda Ronaldo Costa (iluminação), a própria Anízia Marques na composição do figurino, Daniel Torres (identidade visual) e Gabriel Souto na trilha sonora.

A equipe buscou no conceito de Composição em Tempo Real (CTR), método desenvolvido pelo coreógrafo português João Fiadeiro, o elemento de partida para a elaboração das quatro cenas que compõem a coreografia. O teatro documental e o pensamento contemporâneo em dança também entraram como elos de suporte a essa construção. Cada intérprete-criador e equipe técnica trouxe seu repertório de ideias de movimento, de coreografia, luz, música, numa construção coletiva

Um espetáculo mais vivo e pulsante a partir da busca dessa nova dinâmica, onde o público passa a ser parte do jogo de cena, mesmo estando do outro lado das cortinas. Essa foi a resposta às perguntas feitas lá atrás. Em “Fita-me”, cada elemento é importante – do grampo do cabelo ao efeito visual — pois tudo faz parte do jogo de cena permanente, conectado a partir do áudio, das projeções audiovisuais e da interação com a plateia.  “A dança e teatro estão presentes por que existe um jogo constante, isto nos possibilita ter um espetáculo mutante, cenas que nunca vamos saber como é e com quem vai terminar, isso é muito bacana”, destacou Anízia.

O resultado, segundo ela, já pode ser visto durante os ensaios, mesmo sendo a plateia pequena de funcionários do teatro e membros da equipe. Para Anízia, “Fita-me” planta a semente ao mostrar que “a dança está tão próxima de nós, e nós é que não estamos percebendo, e que por mais simples que ela seja, ela precisa ser sentida e acreditada”, disse. E joga uma última pergunta no ar, já sabendo a afirmativa: “Se ninguém acreditar no desejo que me leva ao movimento, pra que dançar?”

SOBRE O CENA JOVEM

Cena Jovem 2015 é um edital da Casa da Ribeira destinado a abrir as portas para os artistas do Rio Grande do Norte, dando-lhes suporte para reflexão, montagem de novas produções, também com foco no público consumidor. Esse suporte começa através de prêmios em dinheiro para o fomento de espetáculos de teatro, dança e seus híbridos. Mas não só isso. Os quatro grupos selecionados — Procura-se Cia de Dança, Cia Cênica Ventura, Sociedade Cênica Trans e Cia Arte & Riso — ganharam ainda 64 ocupações do teatro da Casa para o aperfeiçoamento da prática artística profissional, sendo os cem por cento da bilheteria dessa ocupação para os artistas envolvidos. Os ingressos são subsidiados e por isso tem valor de R$ 10,00.

O projeto é patrocinado pela Petrobras, Governo Federal e Governo do Estado, através da Lei Câmara Cascudo e o valor contemplado em  prêmios foi de R$ 30 mil para cada grupo.

            A temporada do Cena Jovem vai até novembro. Depois de “Fita-me”, entram em cartaz, na sequência “Meu nome é Zé”, “Fabulosas delicadezas dos elefantes” e “Pode ser que seja”.

Para o presidente e Diretor Artístico da Casa da Ribeira, Henrique Fontes, a expectativa com os espetáculos é grande, tendo em vista os temas que serão abordados. Os projetos trazem questões importantes, como o afastamento dos públicos de obras contemporâneas; a ditadura e a repressão, numa adaptação de Caio Fernando Abreu; a corrupção e ‘politicagem’ interiorana; e ainda o universo fantástico de uma peça para criança que agrade adultos com a mesma intensidade.

“Ficamos bem felizes com a diversidade e qualidade dos projetos apresentados neste edital. Acredito que além da qualidade, a curadoria, que é externa à Casa da Ribeira, buscou projetos com foco em públicos diversos. Teremos obras que vão desde o teatro para crianças, indo até a dança contemporânea”, declarou o produtor e diretor da Casa. Este é o 16° edital lançado pela Casa em 14 anos de funcionamento.

Crédito de imagens deste release: Luara Schamó

Contato para entrevistas:

Anádria  -  99909-0948

João Alexandre - 991043394

Confira todas as temporadas do Cena Jovem 2015

Procura-se Cia de Dança

30 e 31 de julho e 01 e 02 de agosto;

06, 07,08,09 de agosto

24, 25,26,27 de setembro

01, 02,03,04 de outubro

Cia Cênica Ventura

13, 14,15,16 de agosto

20, 21, 22, 23 de agosto

08, 09, 10, 11 de outubro

15, 16, 17, 18 de outubro

Sociedade T

27, 28, 29, 30 de agosto

03, 04, 05, 06 de setembro

22, 23, 24, 25 de outubro

29, 30, 31  de outubro e 01 de novembro

Arte Riso

10, 11, 12, 13 de setembro

17,18,19,20 de setembro

05, 05, 07, 08 de novembro

12, 13, 14, 15 de novembro

Cena Jovem 2015

Casa da Ribeira educação & cultura

Fone: (84) 3211-7710

Horário: segunda à sexta-feira das 13h às 17h.

Ou pelo e-mail: casa@casadaribeira.com.br

Henrique Fontes

Presidente e Diretor Artístico

98105-9907 | 99917-4879

henriquefontes75@gmail.com

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