O governo vai trabalhar para que os senadores da base aliada que assinaram o documento de criação da comissão parlamentar de inquérito que irá investigar denúncias de corrupção e desvio de verbas no Ministério dos Transportes retirem suas assinaturas.
Depois que os oposicionistas anunciarem hoje (2) que alcançaram as 27 assinaturas necessárias para a instalação da CPI com o apoio de 11 governistas. O líder do governo na Casa, senador Romero Jucá (PMDB-RR), disse que vai procurar os dissidentes.
“O governo não teme a CPI, mas nenhuma CPI é boa para o governo. Vamos conversar com membros da base para ver a possibilidade de retirada de assinaturas”, afirmou o líder. Jucá disse ainda que cada senador tem o direito de assinar, mas lembrou que ela é um instrumento da oposição.
O senador Lindberg Farias (PT-RJ) disse que a presidenta Dilma Rousseff está preparada e acusou os membros da base que assinaram o requerimento de quererem chantagear o governo. “Tem gente contrariada na base, a CPI é um movimento de chantagem. Que venha a CPI, foi a presidenta quem começou a investigar”.
É justamente com os governistas contrariados que a oposição conta para manter o número de assinaturas necessárias para a instalação da comissão. Pelo regimento, é preciso haver uma conferência das assinaturas para que o requerimento seja lido em plenário. Isso deve ocorrer amanhã, quando começará a correr o prazo até a meia-noite para que os senadores assinaram o documento possam retirar o apoio.
O líder do PSDB, Álvaro Dias (PR), disse que o governo não conseguirá convencer os dissidentes a voltar atrás. “Ninguém assinou sem pensar muito. Todos da base pensaram muito, relutaram bastante. Há ainda um espaço de indignação mesmo dentro da base aliada do governo”.
Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil