quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Cruzeta – Bembem Dantas desabafa sobre ser maestro de banda

Em artigo enviado para este pequeno e humilde blog o mestre Bembem da cidade de Cruzeta relata a dificuldade quem um mestre de banda de música enfrenta para sobreviver da profissão que o mesmo escolheu para toda a sua vida.

Cito a aqui alguns dos trechos escrito por Bembem:

foto:coretojs.blogspot.com

“Somos e passamos desapercebidos, invisíveis, enquanto descobrimos e  formamos para música, bem mais que a metade dos músicos de sopro e percussão do Brasil.
Conheço como o maestro Peres, inúmeros colegas nesse dilema, alguns começando, outros no auge das suas atividades,outros tentando se aposentar por idade ou invalidez, enquanto muitos já se foram, ressentidos, humilhados em detrimento do inestimável serviço prestado a cultura musical dessa nação.
Aqui acolá alguém se lembra de homenageá-los com uma placa ou um título de cidadania. Em ultima gestão, depois de morto, dar-se o nome de uma sala, ou de um projeto, chegando ao ápice de renomear a banda a qual dedicou a vida, com o seu nome. Isso é bonito, louvável, mas inclusive são poucos que guardam “tamanhos merecimentos”. Não deixam bens materiais, geralmente uma pensão de salário mínimo, uma casa singela. No entanto sempre fica como referencia um histórico de reserva moral e ética.
As prefeituras, que empregam quase a totalidade desses profissionais na sua grande maioria, os contratam como prestadores de serviço com salários baixíssimos, sendo raras as que lembram de colocar uma vaga nos editais de concursos depois de muitas consultas jurídicas, já que Mestre de banda não existe. Conheço aqui no RN, prefeituras que deixam até mesmo de contratá-los durante os meses de Janeiro, fevereiro março e abril, já que nesse período “ não existe atividades para banda”, muito embora sempre apareça um evento de ultima hora, do qual a banda não pode ficar ausente. Também não conheço mestre que pare seu trabalho em função deste descaso. Todos sabemos que no início de cada ano, precisamos estruturar nossas bandas. Iniciamos novas turmas para o curso de teoria e musicalização,, preparamos orquestras para carnaval, lançamos novos aprendizes em instrumentos, já que o fluxo de alunos é comum no nosso trabalho. Precisamos manter a banda sempre pronta, para não pagarmos as conseqüências de sermos divulgados como irresponsáveis e incompetentes. Atualmente num período de 2 anos, é normal a renovação dos músicos de uma banda em pelo menos 30%. Mas mesmo assim, trabalhamos a perceber um dos mais baixos salários e sem direitos trabalhistas, mesmo sendo reconhecido pela sociedade como profissionais importantes, que a cerca de dois séculos atuam produzindo arte, cultura e contribuindo com a afirmação de nossa identidade.” Bembem.

Visualizar o artigo completo: http://blogdototinha.blogspot.com/p/bembem-desabafa-sobre-profissao-de.html

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