Em evento realizado recentemente na cidade de Itabaiana, PB, no salão Maison Finesse, na av. Brasília, foi lançado o livro, “João Pedro Teixeira : mártir do latifúndio”, do jornalista Nonato Nunes, o qual contou com o comparecimento de numeroso público, como também nomes representativos da região, inclusive o da secretária Aracilba Rocha, representando o governador Ricardo Coutinho.
Abrindo a solenidade, o prefeito Antônio Carlos, de Itabaiana, homenageou várias personalidades que se destacaram na resistência à ditadura militar de 64, entre eles, Miguel Arraes, Francisco Julião” in memoriam,” Agassiz Almeida e Elizabeth Teixeira.
Discursando o prefeito acentuou que o avanço democrático das conquistas dos povos depende do destemor e capacidade de luta de líderes que marcaram a história. Foi, daqui de Itabaiana, que as lutas camponesas deixaram o seu exemplo com a implantação do projeto de reforma agrária em Alagamar, no nosso município.
Com a palavra Elizabeth Teixeira, um verdadeiro ícone da resistência democrática, destacou que o assassinato covarde do seu esposo João Pedro Teixeira visou deter as lutas camponesas pela reforma agrária. Jamais cederemos. Mesmo com o peso da minha idade, eu continuo a luta de João Pedro Teixeira, e estarei sempre empunhando a bandeira que ele defendeu.
Ao discursar salientou Agassiz Almeida: Somos caminhantes da recente história da nação há mais de meio século. O que legamos àquela época com a criação das ligas camponesas e enfrentando o poderio do latifúndio? Despertamos a consciência de milhões de trabalhadores rurais pelo país, oprimidos por quatro séculos de servidão.
Acentuou o orador: o escravo conseguiu a sua abolição pela caneta de uma princesa, o camponês vem conquistando a sua libertação com sangue, suor e mortes.
Somos egressos das gerações de 60 e 70 do século passado; elas carregavam indignações contra as injustiças sociais. Hoje, como ontem, repelimos a forma egoísta e corrupta como as elites dirigem o país, dos municípios ao Governo Federal.
Eis a maior das violências: fechar hospitais, construir viadutos e obras faraônicas, em vez de se enfrentar os desafiadores problemas do país. Estas elites vivem por aí, entre a ostentação e o assalto aos dinheiros públicos, num verdadeiro circo de marionetes, no qual se dão as mãos o cinismo e a impunidade satisfeita.