A falta de chuvas no Rio Grande do Norte, que vem preocupando os agricultores familiares e pequenos pecuaristas, e o decreto de estado de emergência em 139 municípios do RN, por parte do Governo do Estafo foi assunto no Plenário do Senado Federal na quarta-feira, 11 de abril. O senador Paulo Davim mostrou dados, falou das medidas do governo estadual e também solicitou ajuda do Governo Federal. "O Governo do RN está decretando esta semana estado de emergência em 139 municípios. A governadora Rosalba Ciarlini recebeu durante o feriado da Semana Santa um relatório de diversos órgãos como as secretarias estaduais da Agricultura, da Pecuária e da Pesca (Sape) e do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), com o aval da Emater, Emparn, Idarn e Federação dos Municípios (Femurn) e dos Trabalhadores (Fetarn e Fetraf). E este documento conjunto recomenda que seja decretado de estado de emergência, principalmente para os municípios que estão na região do semiárido. Os dados da Gerência de Meteorologia da Empresa de Pesquisa e Agropecurária do Rio Grande do Norte (EMPARN) dão conta de que dos nossos 167 municípios, 143 estão com chuvas abaixo do normal e, portanto, sob o fantasma da seca", explicou ele na tribuna.
Segundo o parlamentar, que colheu dados recentes na imprensa e levou aos seus colegas senadores, a estiagem no Rio Grande do Norte no primeiro trimestre de 2012 já levou à perda de praticamente toda a agricultura de sequeiro, e mais de 70 municípios já estão precisando de abastecimento através de carros pipa. Os pequenos criadores também amargam a tristeza de ver seu gado morrendo. O noticiário local mostrou no final de semana passado que na zona rural do semiárido alguns criadores estimam que poderão perder até metade de suas criações, porque o gado já não têm água para beber e os pequenos pecuaristas estão dando de comer para suas criações apenas xique-xique e pequenas porções de ração, cujas sacas estão cada vez mais caras.
"Embora tenha chovido, sobretudo, na região litorânea no feriado da Semana Santa, o acumulado das chuvas desse ano é bastante inferior ao acumulado de 2011. A própria EMPARN, em recentes declarações, deu o alerta: as regiões Central, Agreste e Oeste do meu Estado, têm sofrido com a redução das chuvas. Para se ter uma ideia, a segunda maior cidade do Rio Grande do Norte, Mossoró, já conta com uma redução de 83% dos índices pluviométricos, se comparados ao ano anterior. E, isso, na prática, já está comprometendo o cultivo do milho, fonte de subsistência de centenas de agricultores familiares do meu Estado. A produção desse tipo de grão já caiu em 50%, e os agricultores temem ainda mais prejuízos com a estiagem". E continuou: "O problema agora - com algumas áreas passando até 18 dias sem um único pingo de chuva - é o fato de que, sem a umidade necessária do solo, as sementes não consigam germinar. E isso cause ainda mais prejuízos para os agricultores. Com o estado de emergência decretado, o Governo do RN também pretende abrir frentes de trabalho, como a retomada de adutoras do Alto Oeste e de Santa Cruz a Mossoró, cujas obras estavam paralisadas. Mas o agricultor e o pecuarista não podem esperar. E portanto, chamo a atenção do Ministério da Integração Nacional, por exemplo, que acolha essa situação enfrentada pelo Rio Grande do Norte e em outras regiões do Nordeste. E, se for necessário, possa levar água para as populações mais prejudicadas com a estiagem, a exemplo do que já foi feito no interior da Bahia, este ano. Com relação ao Ministério do Desenvolvimento Agrário - que também conclamo a um olhar atento pergunto se os agricultores inscritos no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) também poderão contar com ajuda contra as perdas já evidenciadas de até 50% de sua produção. Deixo, portanto, registrada Sr(a) presidente(a) minha preocupação com este fato que tem tirado o sono e o brilho no olhar dos agricultores do Rio Grande do Norte", finalizando. Assessoria