A governadora Rosalba Ciarlini pediu sensibilidade aos professores da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), que estão em greve desde o dia 31 de maio passado. Em discurso na abertura oficial da 24ª Feira Industrial e Comercial da Região Oeste (FICRO), na quinta-feira (18/8), em Mossoró, a governadora foi cobrada pelos grevistas sobre uma contraproposta que atenda aos professores e aos técnicos administrativos da Academia. “Estamos na terra da liberdade e o movimento de vocês é legítimo. Mas é bom a sociedade saber que a UERN está totalmente parada e durante esse tempo pagamos o salário dos grevistas. A folha da UERN chega a R$ 13 milhões e estamos pagando, apesar da greve. Além disso, a Universidade custa meio milhão de reais (R$ 500 mil) por dia. É um investimento, sem dúvida, mas se trata de um custo”, afirmou a governadora.
Segundo Rosalba, quando o movimento paredista foi anunciado, ela recebeu o reitor da UERN, professor Milton Marques de Medeiros na Governadoria. “Em maio, o reitor me levou umas reivindicações, as quais considero justas. Uma reivindicação de reajuste salarial de 23,98%. Explicamos os nossos problemas e a nossa realidade financeira e orçamentária. O reitor sabe das nossas dificuldades, pois todas as Secretarias tiveram verbas contingenciadas. Não é apenas a Universidade, e o reitor sabe disso”, disse.
A governadora reafirmou que a reivindicação das categorias é justa, mas disse que não poderia ser injusta com professores e técnicos e nem com o próprio Governo. “Seria bom eu ter dito que aceitaria a reivindicação e não pagar?”, questionou a governadora, acrescentando que não pode garantir o reajuste pleiteado de uma única vez. “Eu afirmei que posso fazer parceladamente e o Governo precisa, também, encaminhar um projeto para a Assembleia Legislativa. Mandei uma proposta que supera o percentual e vocês rejeitaram. O que não entendo é que no passado podia (escalonar reajuste) e agora não pode. É isso que não entendo”, afirmou.
Rosalba pediu desculpas à população presente na abertura da Ficro pelas palavras e disse que não podia estar no evento e não falar sobre a questão envolvendo os professores da UERN. “Tenho que prestar contas ao povo. Sou a favor da Universidade que todos fizemos e que impulsiona o Rio Grande do Norte. Espero que a população entenda, pois recebi um Estado com dívidas e compromissos que não foram honrados. Preciso dizer isso, mesmo que não receba a compreensão daqueles que poderiam ensinar o que é certo”, comentou.
A governadora pediu, mais uma vez, a compreensão dos professores universitário e disse que o Governo do Estado chegou ao limite das negociações. “Estamos trabalhando e a favor da Universidade. Não deixem que um grupo pequeno faça a UERN ficar menor”, afirmou Rosalba Ciarlini, acrescentando: “não vou propor o que o Estado não pode pagar e desde o primeiro dia eu nunca disse que não atenderia a categoria, mas ainda estamos colocando a casa em ordem. O Governo Federal avisou que passará dois anos sem conceder reajuste salarial por temer uma nova crise financeira e não podemos, também, assumir um compromisso sem que possamos honrá-lo.”
Ainda segundo a governadora, a situação econômica do Governo do Estado está voltando ao normal e a tendência é que a verba de todas as Secretarias de Estado sejam descontingenciadas, inclusive a da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte.
No final do evento, a governadora recebeu uma nova proposta da categoria. O documento entregue pela Associação dos Docentes da UERN (ADUERN) consta de três pontos: reajuste imediato de 23,98% (ainda em 2011) e mais dois percentuais, sendo 10,65% em abril de 2012, acrescidos da variação de abril de 2011 a março de 2012 (com base do Índice Nacional de Preço ao Consumidor – INPC – do IBGE) e 7,43% em abril de 2013, acrescidos da variação de abril de 2012 a março de 2013.
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