O Governo do RN encaminhou à Assembleia Legislativa nesta segunda-feira (21) uma importante mensagem que prevê um avanço na área de medicina tropical no Estado. A mensagem 039/2012 contempla o Projeto de Lei que disponibiliza ao uso especial da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) e autoriza a cessão à Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) do antigo Hospital Evandro Chagas.
O objetivo é doar o antigo imóvel, no bairro das Quintas, para a instalação, no prazo máximo de cinco anos, do Instituto de Medicina Tropical do Rio Grande do Norte, que será gerido pela UFRN em parceria com diversos órgãos. O centro de excelência será voltado ao diagnóstico, ao tratamento e à pesquisa de doenças infecciosas, promovendo novas estratégias destinadas à saúde pública estadual e nacional.
O Instituto também atuará na formação de recursos humanos qualificados em ciência e tecnologia médica e contribuirá diretamente para o aperfeiçoamento, diagnóstico e mecanismos de moléstias como tuberculose, meningite, hanseníase, leishmaniose, entre outras.
A unidade deverá propiciar ainda, uma estrutura laboratorial e assistencial para auxiliar o corpo médico do Hospital Giselda Trigueiro. A ação resultará na importante melhoria na prestação de serviços oferecidos à população acometida por doenças infecciosas emergentes e reemergentes no Rio Grande do Norte.
Mais sobre o IMT
A Universidade Federal do Rio Grande do Norte, com apoio de entidades nacionais e internacionais, avança ainda mais no sentido de estudar, prevenir e tratar enfermidades tropicais como hanseníase, a doença de Chagas e a leishmaniose, também conhecida como calazar.
Além de incrementar o estudo das enfermidades já existentes, o Instituto de Medicina Tropical (IMT) tem o objetivo de prevenir aquelas que possam surgir. O grupo à frente do projeto de instalação do Instituto é multidisciplinar, composto por pesquisadores ligados ao departamento de infectologia da UFRN, professores de bioquímica, microbiologia, parasitologia, biologia e genética, estatística, engenharia química, medicina clínica e do Instituto do Cérebro. A equipe trabalhará também em conjunto com a Secretaria de Estado de Saúde Pública do RN (Sesap) e as prefeituras municipais.
Além das pesquisas laboratoriais, o IMT “será um centro de formação continuada para trabalhar com os profissionais do Programa Saúde da Família”, explicou a professora Selma Jerônimo, professora do Departamento de Biociências e membro das Associações Brasileira e Americana de Medicina Tropical. Serão oferecidos treinamentos para médicos, enfermeiros, odontólogos, nutricionistas e outras formações que trabalhem diretamente com as comunidades atingidas.
Entre as instituições parceiras da UFRN estão as Universidades Federais de São Paulo (UNIFESP), da Bahia (UFBA), do Ceará (UFC), a Universidade de São Paulo (USP), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), as universidades americanas de Iowa, Johns Hopkins, Cornell e da Virgínia e instituições de saúde dos Estados Unidos. “É uma parceria importante, pois há um benefício mútuo de formação de alunos”, explica Selma Jerônimo sobre os intercâmbios de pesquisadores.
