O único senador pevista do Rio Grande do Norte ocupou a tribuna do Senado Federal na tarde desta terça-feira, 5 de fevereiro, para falar de um problema recorrente e que vem tirando o sono dos agricultores familiares e pequenos pecuaristas do Rio Grande do Norte: a seca que persiste desde o ano passado e não dá sinais de trégua para quem vive no campo. “Como diria o poeta, essa “onça Caetana”, que abre fendas no nosso solo, especialmente no semiárido, ao mesmo tempo em que assombra e tira o sono dos nossos agricultores e pequenos pecuaristas. Ano passado, tivemos uma das maiores estiagens dos últimos 30 anos”, mais adiante ele diz: “Começamos 2013 com notícias nada alvissareiras no que diz respeito à previsão de chuvas, com uma grande probabilidade de que o problema permaneça e o que é pior: que agrave ainda mais a situação do homem do campo, que padece com sua safra que não vinga e com seu rebanho que vai morrendo sem água ou pasto. E ainda se vê obrigado a enfrentar a sanha de alguns oportunistas que aumentam o valor das sacas de milho, sorgo e soja, insumos que são usados para a ração dos animais, nesse período tão delicado. Por onde andamos, pelo interior do Estado, só o que ouvimos são as lamentações dos agricultores e dos pequenos pecuaristas. A safra se perdeu, o gado está morrendo e corre um sério risco de desaparecer se até março não caírem os primeiros pingos de água.
Planejamento
Em determinado momento do discurso, o senador Paulo Davim (PV-RN) atentou para o fato de que o Governo Federal tem feito a sua parte, mas que ele entende que o Governo do Rio Grande do Norte está muito passivo: “A sensação que eu tenho, Sr. Presidente, é que o Governo do Rio Grande do Norte está mantendo uma postura passiva e de tão somente de expectação no que diz respeito a seca no meu Estado. E essa não é uma situação inusitada, entra ano e sai ano, o agricultor familiar e o pequeno pecuarista vive no assombro da falta de chuvas”. Davim também lembrou que a seca costuma expulsar os agricultores de suas terras: “e com isso o campo perde um trabalhador e a cidade ganha um desempregado” e seguiu com seus argumentos: “no meu entendimento, não bastam a preocupação e a espera por recursos federais. Nosso estado está precisando de mais planejamento para a convivência com as secas. Até mesmo o abastecimento de água para consumo humano começa a apresentar colapsos em algumas cidades. Na condição de Parlamentar Verde, não posso deixar de ressaltar tanto para o Governo do meu Estado, quanto para os demais governantes que enfrentam essa problemática, assim como também conclamar os parlamentares do Congresso Nacional e das demais Casas Legislativas do Nordeste, para o fato de que as perdas agropecuárias, a fome e a sede provocadas pela seca no Semiárido Nordestino consistem num problema que necessita de uma solução macro: que é resolver de uma vez por todas a questão da democratização do acesso à água. Seja para consumo humano, seja para a agropecuária. Especialistas da área de recursos hídricos defendem que o problema das secas não é a falta de água e sim a sua distribuição. Precisamos unir esforços para planejarmos e solucionarmos a maior capilaridade das nossas águas para nosso sofrido povo do Semiárido brasileiro”, disse, encerrando seu discurso.
Abaixo o link com o discurso na íntegra:
http://www.senado.gov.br/noticias/tv/videos/cod_midia_219369.flv
Assessoria de Imprensa do Senador Paulo Davim