Não podemos permitir que uma instituição como o STF seja afrontada, diz Agripino
Democratas e PSDB entraram nesta segunda-feira (28) com uma representação criminal na Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que se averiguem as denúncias de interferência do ex-chefe do Executivo no julgamento do mensalão. Segundo reportagem da revista Veja desse final de semana, Lula teria oferecido proteção na CPI do Cachoeira ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, em troca de adiamento do julgamento do mensalão na Corte.
“Estamos entrando com uma representação criminal para passar a limpo esta história, para ver se essa denúncia procede. Não podemos permitir que uma instituição como o Supremo Tribunal Federal seja afrontada”, disse o líder do Democratas no Senado, José Agripino. “Se comprovada, vai ficar claro o que todo mundo já sabe: o PT não quer que o mensalão seja investigado”, acrescentou.
Os líderes dos partidos de oposição pedem, na representação, instauração de inquérito policial e que seja promovida a devida ação penal, em face da conduta flagrantemente explícita do ex-presidente da República. Para a oposição, a reportagem aponta graves indícios da prática de crimes de corrupção ativa, coação e tráfico de influência.
“O objetivo da representação é para que a Procuradoria Geral da República possa se manifestar diante de denúncias gravíssimas. A sensação de todo mundo é de indignação. O país não pode aceitar uma provocação desta natureza de quem quer que seja”, ressaltou José Agripino.
O Encontro
Segundo reportagem da revista Veja, Lula e Gilmar Mendes teriam se encontrado no escritório do ex-ministro e ex-presidente do STF Nelson Jobim no dia 26 de abril. Lula teria pedido a Mendes o adiamento do julgamento do mensalão pelo STF. Em troca, teria oferecido blindagem na CPI que investiga as relações do bicheiro Carlinhos Cachoeira com políticos e empresários.