sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Institutos abrem horizontes a estudantes com deficiência

Arthur Olinto (à direita) foi a primeira pessoa com deficiência a concluir o ensino técnico após a adoção das cotas (Foto: Arquivo pessoal) Em 2011, as instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica registraram um total de 3.500 matrículas de pessoas com algum tipo de deficiência em cursos técnicos, de formação inicial e continuada e superiores. Além disso, 183 unidades da rede já possuem núcleos de atendimento a pessoas com necessidades específicas (Napnes), criados em 2008.
Uma das metas da diretoria de políticas da Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação é estender os Napnes a todas as unidades de institutos federais. Atualmente há mais de 400 em funcionamento. Cada núcleo de atendimento consiste em um espaço onde o estudante com deficiência recebe atendimento especializado e tem acesso a material didático e tecnologias assistivas adaptadas a suas necessidades.
Para atender à nova demanda, o Sistema Nacional de Informações da Educação Profissional e Tecnológica (Sistec) está em processo de atualização, para que informações como tipo de deficiência do estudante, necessidade de equipamentos e recursos para atendimento sejam identificados.  As informações ajudarão a proporcionar melhor qualidade para atender este público nas instituições.
Desde 2008, os institutos federais de educação, ciência e tecnologia promovem ações assistivas ao público com deficiência. É o caso do Instituto Federal da Paraíba, que, no mesmo ano, iniciou a política de cotas para portadores de deficiência nos processos seletivos.
No último dia 31 de janeiro, o estudante Arthur Olinto de Souza, 19 anos, portador de uma enfermidade que fragiliza os ossos, fez história no instituto, como a primeira pessoa com deficiência a concluir o ensino técnico após a adoção das cotas. Formado em eletrotécnica, ele conta que a principal influência para a escolha do curso foi o pai. 
“Na verdade, eu já frequentava o instituto antes de estudar lá, por causa do clube de xadrez. Quando apareceu a oportunidade de fazer a prova, aproveitei. Como meu pai tinha feito o curso técnico em eletrotécnica, escolhi fazer o mesmo.”
Durante o curso técnico, Arthur estagiou em uma empresa de engenharia, que manifestou interesse em renovar o contrato. Ele, no entanto, optou por estudar para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), já que tinha o sonho de fazer um curso superior. O estudante estava certo. Conquistou uma vaga no curso superior de engenharia elétrica do mesmo instituto, por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu).
Técnico em eletrotécnica, Arthur ressalta que as condições oferecidas pelo instituto e o apoio do Napne foram fundamentais em sua trajetória e também de outros estudantes da instituição. “Hoje fico muito feliz porque desde que entrei no instituto vários surdos, deficientes físicos e visuais entraram também. Fico orgulhoso de saber que podemos alcançar os nossos sonhos”, diz.
Enxadrista – Além de mostrar talento para os estudos, o técnico e agora calouro de engenharia elétrica também se destacava no xadrez, antes mesmo de ingressar no instituto. Arthur aprendeu a jogar com um tio e, por meio dessa atividade, conseguiu bolsa de estudos em uma escola particular de João Pessoa, além de também ter sido beneficiário do Bolsa-Atleta, benefício concedido pelo governo, e ter participado de várias competições pelo país.
Pelo Instituto Federal da Paraíba, a equipe do jovem foi campeã por dois anos seguidos (2009 e 2010) dentre as instituições nordestinas da rede federal. Em 2010, nos Jogos Brasileiros das Instituições Federais de Educação Profissional e Tecnológica, o estudante ficou em 4° lugar.

Assessoria de Comunicação Social – com informações do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba

Seguidores